sábado, 20 de maio de 2017

Qual a fundamentação para pedir provas contra Lula e Dilma no caso JBS?


Apreensivo por conta das notícias que saíram envolvendo Dilma e Lula, separei uma parte do meu tempo para assistir todo o vídeo da delação de Joesley Batista. Importante destacar que, utilizar praticamente duas horas para analisar tanto o vídeo quanto as notícias envolvendo o PT, foi uma das melhores coisas que podia fazer por minha militância neste momento.

Qualquer um que esteja interessado em saber exatamente o que diz Joesley, pode simplesmente assistir o vídeo ao invés de se deixar levar por manchetes criminosas, que apenas existem para jogar Lula/Dilma/PT na vala comum dos corruptos.

Joesley não diz que enviou dinheiro para Lula e Dilma no exterior, mas aborda uma relação próxima com Mantega, que o ajudou em operações no BNDES. Destaca que estas operações foram legais, sem prejuízo ao erário, e que não houve propina nem para Luciano Coutinho (que era presidente), e nem para os demais funcionários do banco. Batista teria confrontado Guido sobre quais seriam as vantagens advindas do auxílio na liberação. Segundo ele, Mantega não estipulou valores e nem indicou contas no exterior para recebê-los. O delator ressalta que Guido não fixou valor e não cobrou, apenas disse para que desse o que achava que devia. Joesley estipulou o montante do "crédito disponível", e o depositou em uma conta própria já existente no exterior.

Batista também ressalta que, inicialmente, acreditou que a conta iria ser usada para vantagens pessoais de Guido Mantega, mas que após ter sido orientado a abrir uma nova conta, passou a acreditar que poderia ser para vantagens pessoais dos dois presidentes. No acumulado, as contas tinham 150 milhões de dólares, proveniente de "auxílios" de Guido em liberação de operações legais, e sem prejuízo ao erário. Pois bem, Joesley destaca que esta "cota" do PT, criada inicialmente em 2009, só foi usada duas vezes antes da campanha eleitoral: uma compra de debênture incentivada, na ordem de 5 milhões de uma empresa de tecnologia, e um repasse de 20 milhões, que retornaram um ano depois. Após essas duas operações, as contas só foram utilizadas em 2014.

A delação continua... Até que Batista diz que aquela conta que acreditava ser para vantagens pessoais de Guido, que depois imaginou ser para Lula e Dilma, eram referentes aos GOVERNO LULA e GOVERNO DILMA! Os dois ex-presidentes NÃO receberam ou utilizaram recursos de propina no exterior!! A utilização do "crédito" acordado entre Mantega e Joesley, foi zerado na campanha de 2014. Mantega entregava uma lista a Joesley, que  por sua vez, orientava  Ricardo Saud (seu homem de confiança na empresa) a operacionalizar o pagamento dos valores aos destinatários informados por Edinho Silva (tesoureiro da Campanha). Batista destacou que não acreditava que Edinho soubesse da "cota", assim como Ricardo, e que ele apenas indicava o valor que estava combinado com os partidos. A JBS fazia os repasses aos indicados por Edinho, da forma como os respectivos partidos escolhessem: doação legal, dinheiro vivo ou notas frias. 

O valor de 150 milhões de dólares, que no câmbio oscilou na época entre 2 e 2,50, gerou um montante a ser utilizado de aproximadamente 360 milhões de reais, valores estes citados na delação. Joesley ressalta diversas vezes, que eram os partidos que escolhiam como iriam receber, e que a diferença do saldo da conta em reais para as doações oficiais, era justamente a parte que os partidos optaram receber "por fora".

Ao final do vídeo ele cita duas conversas, uma com Lula, com quem ressalta ter tido pouco contato. Nesta conversa teria informado o risco de exposição, já que não haveria "motivação ideológica" para uma só doadora injetar 300 milhões nas campanhas. De Lula, ele não obteve nenhuma resposta ou reclamação, apenas o silêncio. Ou seja, pode-se confirmar que a cota nunca foi idealizada para benefícios pessoais (o próprio delator destaca esse pensamento). A segunda conversa seria com Dilma, pessoa a quem disse ser mais próximo, inclusive tendo dialogado por intermédio de Guido a importância de sua reeleição, pois nutria diversos questionamentos sobre a condução de seu primeiro governo. Para Dilma, Joesley teria dito que se apoiasse Pimentel, dando os 30 milhões solicitados por Edinho, iria acabar o saldo. Tendo a confirmação de que podia apoiar Pimentel, o mesmo foi para BH e acertou uma operação legal por meio da compra de participação no Mineirão, que pertenceria a um dos seus apoiadores. A compra foi registrada, e teve o pagamento realizado por transferência bancária.

Diferente desse mar de lama que tomou conta do noticiário, Joesley Batista não disse em nenhum momento ter corrompido Guido, e muito menos ter enviado dinheiro ao exterior para Lula e Dilma. Pode-se problematizar a relação Guido/Joesley, mas em relação a Lula não há absolutamente NADA!! Sobre Dilma, apenas citações de que ela sabia da existência do crédito utilizado em sua campanha, o que não era ilegal na época. Não há solicitação de propina, não há desvio de conduta, não há usufruto e não há dano ao erário.

A "cota" do PT foi para diversos partidos tocarem suas campanhas, importante destacar mais uma vez, eles que optavam como receberiam os valores. A doação de empresas em 2014 era legal, e foi amplamente divulgada. As manobras de financiamento eleitoral podem ser condenadas, mas ilícito de Lula e Dilma, NÃO!!! A Guido, cabem explicações, e ao povo, dicernimento para ultrapassar esse momento difícil, e força para lutar por quem está sendo acusado até agora sem provas!!

Toda análise foi realizada com base no que foi exposto por Joesley Batista, e da forma mais imparcial.


Thiago Risso
Diretas Já!!

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