segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Apontamentos, reflexões econômicas do mercado local


Introdução
É necessário repensarmos os modelos de desenvolvimento econômico e social da nossa capital, sem esquecermos sua origem e função jurídica e constitucional. A ideia deste texto não é produzir nenhuma crítica das gestões que construíram o patrimônio social que é o Distrito Federal ou da atual gestão que governa a cidade, este texto tem a pretensão única de dividir analises e impressões próprias com todos que possam ser alcançados, a oportunidade de debatermos o avanço e o crescimento da nossa cidade, pré definindo o Distrito Federal e seu entorno a partir de todos os acontecimentos pré e pós Copa do Mundo. Desta forma fica definido neste artigo o momento atual da cidade estabelecendo como marco de desenvolvimento e renovação da Capital brasileira os acontecimentos conjunturais dos últimos 2 anos e dos próximos 2 anos onde viveremos uma agenda intensa de investimentos em diversas áreas o que poderá significar um legado para a cidade e para além disso uma oportunidade única de reorganizarmos o Distrito reconhecendo e potencializando as peculiaridades das satélites, das cidades entorno e de Brasília. Nossa Capital é uma das poucas cidades do país que tem condições de se reestruturar e de se reorganizar sem prejuízo algum a sua estrutura original, até mesmo pela obrigatoriedade de preservar seus traços tombados como patrimônio da humanidade. Pensada para receber e abrigar servidores, empresários, prestadores de serviços do Governo, embaixadas e candangos construtores da Capital Federal, vimos um crescimento gradativo e a alteração deste perfil social com o passar dos anos, hoje segundo o IBGE, dados colhidos de 2010, a populaçã chega aproximadamente à 2.570.160 milhões (dois milhões, quinhentos e setenta mil cento e sessenta mil) de moradores, sendo que temos um acréscimo de 3.083.000 milhões (três milhões e oitenta e três mil) de moradores no entorno do Distrito Federal segundo dados da RIDE e IBGE, sendo que a projeção inicial da cidade era para 500 mil habitantes.

Conjuntura do modelo de Gestão da Cidade
Hoje nossa economia é baseada em 4  áreas bem características, definidas pela formação original da cidade planejada para um fim e alterada com o passar dos anos, para desenvolver a ideia do texto deixo pontuado essas 4 características centrais da economia da nossa cidade:
- Serviço público: executivo local e federal, legislativo local e federal, judiciário, forças armadas e corporações policiais;
- Serviço privado: atendimento em geral (bar, restaurante, posto de gasolina, mercados e etc.), serviços especializados (advogado, engenheiro, médico e etc.), mercado de venda e revenda;
- Construção civil: para diversas classes sociais;
- Investimentos públicos: obras de infraestrutura local, serviços sociais e contratos com empresas locais.

Temos uma projeção limitada e tímida de crescimento, criação de novos postos de trabalho, redução do desemprego ou expansão do mercado interno. Existe um refluxo de valor em investimentos por não sermos um mercado de produção e sim de serviços, não temos, por exemplo, um pátio industrial forte ou produção de insumos para consumo regional ou local o que seria extremamente viável, por isso o mercado age de forma reativa, refletindo no custo variável da moeda local. É comum ouvir sobre o alto custo de vida da cidade referente a valores de aluguel, carros, cesta básica, custo de serviços em geral e não temo em afirmar que chegamos ao limite, Brasília tem se tornado inviável para projeção de mercado e isso já é perceptível em alguns aspectos do mercado local, principalmente para quem busca uma colocação profissional. O limite é dado a partir da concepção de estrutura governamental aplicada, definindo-se pela política de desenvolvimento e crescimento econômico e social da cidade e de seus moradores a partir deste Estado-Distrito como base estruturante de investimento, para qualquer hipótese e aplicabilidade as variáveis teriam um afunilamento natural tendo como projeção de crescimento populacional os últimos 20 anos. E mesmo com todas as críticas à política habitacional dos períodos referentes a 1986 – 1994 e aos períodos de 1998 – 2002 este gargalo logístico, econômico e de serviços públicos da cidade se daria cedo ou tarde sem um reajustamento dos parâmetros de desenvolvimento e modernização da Capital.

Desde a estrutura da cidade, em colapso, até a o custo de vida e as limitações do mercado, fica óbvio observar que existe uma necessidade emergencial de se repensar este modelo econômico e de gestão da Capital. Serviços essenciais do dia a dia acabam se tornando o maior desafio dos gestores públicos: a saúde, a estrutura física das escolas, a mobilidade urbana, segurança pública, infraestrutura das satélites, todos estes ambientes chegaram a um nível de defasagem e em alguns casos de deságio, reflexo do que fora estabelecido de parâmetros de correção ou remediação de serviços. Não é exclusividade da nossa cidade a falta de planejamento, as décadas de 80 e 90 foram desastrosas do ponto de vista da administração pública para o Brasil, houveram casos isolados em um ou outro município que se antecipava o planejamento da cidade, não é o caso do Distrito Federal, muito menos dos Estados brasileiros. Outras analises endêmicas da cidade são as condições debilitadas do mercado e como ele se relaciona com o Estado, em sua maioria relações empresarias que se confundem entre o público e o privado caracteristicamente pela forma de execução, contratação e de compras praticados pelo Governo do Distrito Federal, sem transparência ou sem gestão burocrática eficiente que permita ter dispositivos de controle e de qualidade desta relação viciada em interesses coloniais ultrapassados que interferem diretamente nos interesses público e políticos da cidade, por consequência acabam retardando exponencialmente qualquer crescimento ou melhoria da qualidade de vida da cidade. Sinto que muito dessas relações provincianas tem se esvaziado com o passar dos anos, mas, ainda é um mal na cidade.

Podemos apontar uma série de outras situações que causam prejuízo, porém elencando estes pontos que são crônicos no debilitado e frágil ambiente de negócios da cidade, qualquer outra analise ou apontamento passa a ser secundário, pois será consequência de uma série de decisões tomadas anteriormente, o importante é diagnosticar o problema, buscar a solução e o remédio ideal para sanar a endemia, e assim acredito que estamos no caminho certo, com o momento certo e o conjunto de fatores necessários para o implemento de uma nova relação de Estado, com eficiência nos processos públicos e apoio social para essa transformação. Não estou afirmando que já vivemos esta nova realidade, mas, temos tudo para implementar esta agenda positiva para a cidade, temos uma estrutura acadêmica forte, tanto pública quanto privada, com várias áreas e cursos oferecidos, colégios de ensino médio e fundamental em todas as cidades do Distrito Federal incluindo áreas agrícolas, o sistema “S” instalado na cidade é muito bem estruturado e atende a demanda inicial, a mão de obra é qualificada para atender o mercado competitivo e com o crescimento de novos postos de emprego é óbvio que estes dados se ampliam, assim também como a procura de novos profissionais no mercado. O índice de profissionais com nível médio completo é acima da média nacional e proporcionalmente também é acima da média o índice de profissionais de nível superior, ou seja, temos uma base sólida que está preparada para emergir uma nova plataforma de mercado e de negócios para a cidade.

Repensando o modelo de gestão a partir do aproveitamento das áreas disponíveis
O gestor executivo da cidade não pode pensar o Distrito Federal como um ente federado isolado da região ao redor, nossas divisas quadriláteras são recepcionadas por todo o território do Estado do Goiás, em algumas áreas mais próximas de Minas Gerais e outras da Bahia, mas em todas as extremidades territoriais estamos envoltos de terras goianas, por isso qualquer desenvolvimento econômico e social precisa ser pensado a partir das cidades vizinhas e não do centro da Capital que já tem seu formato definido, a tão discutida aptidão da cidade não se revela por uma única probabilidade de mercado, mas, sim por possibilidades de absorção de oportunidades territoriais e para, além disso, estimulando a produção e o empreendedorismo local. A cidade já passou por um processo de setorização territorial e isso hoje ainda é possível manter e acompanhar o modelo original da cidade, vislumbrando a construção da aguardada cidade digital, mas, a capital não pode perder a oportunidade de utilizar todos os recursos e possibilidades oportunos deste novo setor em específico, como já fez em outros momentos com os pólos de moda, SAAN, ADE entre Águas Claras e Taguatinga, e outras áreas que perderam sua finalidade inicial ou não tiveram o total aproveitamento da área, em alguns casos com sua função original totalmente alterada.

Falta para a cidade um perfil empresarial mais denso, com empresas mais robustas e de grande porte, com poder de investimento e de ampliação de mercado em importação e exportação. As discussões sobre a destinação econômica da cidade digital são várias, tem se defendido por destinar à área da Cidade Digital um modelo como se aplicou no Vale do Silício na Califórnia nos EUA. Eu acredito que a área precisa ter um perfil mais arrojado, não limitar por destinação de serviços e apresentar às grandes empresas incentivos necessários para recepcioná-las. Grandes empresas internacionais e nacionais instaladas em nossa cidade trazem um crescimento econômico em rede, são fontes de geração de emprego e renda em escala, subcontratam vários serviços, compram insumos e produtos locais, consomem do mercado local gerando lucro e renda ao redor de suas áreas e pátios, sem contar com soluções tecnológicas que podem ser gerados a partir de situações do cotidiano. O ideal seria ampliar a atuação destinada à área e tornar a cidade digital um grande espaço para alocação de grandes empresas que queiram internalizar investimentos no Brasil, de preferência alinhar com empresas do BRICS para estimular a pauta internacional do Governo Federal, em paralelo concentrar esforços para trazer gigantes multinacionais como Google, IBM, GM, Dell, Amazon, Odebretch, Samsung, Apple, Sony e várias outras multinacionais que normalmente buscam nacionalizar suas empresas próximas a estruturas centrais de governo, nada melhor do que a Capital do país, ambiente onde centralizamos toda a estrutura de poder, isso em nossa realidade.

Investimento e cooperação com o Entorno
Esta é só uma das várias possibilidades territoriais que temos, quando afirmo no texto que os gestores da nossa cidade não podem pensar o Distrito Federal de uma forma isolada regionalmente, obviamente referindo-me as cidades do entorno para alcançarmos toda região do Centro Oeste e as divisas com Minas Gerais e Bahia. Não proponho alteração do alcance perimetral do Distrito Federal, não em critérios normativos, pois juridicamente estas áreas são do Estado do Goiás e com prefeituras consolidadas, essa é outra discussão que podemos avançar juridicamente, economicamente somos ligados, e a influência econômica e social são diretas, várias cidades não se viabilizaram economicamente e de alguma forma dependem da cidade capital, cidades com pouca infraestrutura e pouca oportunidade de trabalho e nenhuma possibilidade de crescimento profissional.

Territorialmente cidades bem localizadas e com diversas áreas que poderiam comportar qualquer pátio industrial, não seria inviável imaginar um cinturão industrial para o entorno do Distrito Federal, mesmo que o DF não recolha impostos, o que seria interessante para a arrecadação tributária da cidade, direta e indiretamente os investimentos chegariam até a cidade. Imaginem como exemplo 3 ou 4 grandes fábricas nas cidades próximas a Cidade Satélite do Gama - Novo Gama/GO, Valparaíso/GO e Cidade Ocidental/GO – para além da geração de empregos que absorveria profissionais destes municípios e do próprio Gama, ou seja, do Distrito Federal é natural que cresça o número de restaurantes, farmácias, mercados, hotéis de trânsito, táxi, mercado imobiliário e vários outros serviços que podem ser agregados a estas áreas de produção e sem contar também com o consumo da cidade que agregaria valores em diversas escalas entre outros efeitos sociais como redução dos altos índices de violência, cosumo excessivo de drogas e o tráfico em larga escala, analfabetismo funcional e falta de infra estrutura básica em alguns pontos destes municípios, todos estes altos índices negativos hoje precisam considerar a realidade física e estruturante das cidades. O Distrito Federal pode não ascender tributariamente sobre essas cidades, mas, em cooperação com o Estado do Goiás pode influenciar na decisão dessas grandes empresas de se alocarem em nossas áreas e entorno delas, vislumbrando o desenvolvimento sócio econômico das cidades e da população, obviamente com isso será necessário buscar investimentos no Governo Federal para a melhoria da infraestrutura logística para adequar às cidades as necessidades dessas grandes fábricas, melhoria da estrutura rodoviária e ferroviária principalmente.

Mercado interno do Distrito Federal
Retornando a realidade de nossa cidade, é possível potencializar mercados alternativos de renda e de consumo local, temos hoje alguns exemplos de empresas que deram certo e a partir do Distrito Federal abriram franquias em todo o país, um bom exemplo é o Giraffas, com uma política de vendas que concorria entre os fast foods a empresa brasiliense aos poucos vem ganhando espaço em outras praças, o mercado gastronômico tem se tornado um forte braço na cidade, o exemplo do Giraffas é um dos vários que aos poucos vem tomando conta do mercado, outro bom exemplo de excelência em gestão e qualidade no serviço que vem dando certo e ganhando o mercado nacional é o restaurante Coco Bambu, competindo em outra linha de serviços com um padrão de qualidade voltado para o público A e B, independente do público dirigido essas empresas tem contribuído com o fortalecimento e o surgimento de novas profissões, com vagas de emprego e o consumo interno da cidade. Com a ampliação do mercado econômico e de investimentos da cidade deparamos com sua necessidade emergencial, responsável por várias críticas de consumidores, clientes, fornecedores e empresários à qualidade do atendimento. À medida que a cidade cresce seus gargalos se tornam mais claros e suas deficiências são expostas por comparações, inevitavelmente, como cidade capital, cada dia mais o público torna-se mais exigente com a qualidade do serviço prestado.

Pontos a serem observados para o crescimento e a construção de um ambiente de negócios saudáveis e que estimule grandes negócios:
- Por parte do Governo local: estimular o investimento em pesquisa e soluções em tecnologia, criar incentivos reais para a instalação de pequena, médias e grandes empresas, flexibilizar a tributação local dando oportunidade de isenções e negociações de médio e longo prazo garantindo a nacionalização de empresas na cidade, não é nada novo, todas são práticas de Governos no Brasil e em diversos outros países e cidades do mundo, óbvio que ainda esperamos vir uma reforma tributária ampla do congresso nacional que auxiliaria muito em melhorar as condições de produção, porém os Estados hoje podem contribuir para diminuir o impacto tributário que uma grande empresa sofre ao aplicar investimentos no Brasil.
- Por parte das empresas: com apoio do Governo o mercado faz a sua parte, aporta investimento, abre novos postos de trabalho, amplia a produção e estimula o consumo interno, simples assim.

Temos um mercado de serviços amplo que precisa de investimentos por parte do setor privado para a sua qualificação, assim como outros serviços-meio podem ser potencializados; o turismo de negócios, a economia criativa, o mercado de entretenimento, artesanato, exploração turística do Lago Paranoá, empresas de produção em eventos (que cresceu muito e tem gerado uma renda extra para jovens homens e mulheres), empresas de jardinagem, designer de interiores, empresas de decoração, serviços de segurança condominial, administração de condomínios, bons profissionais liberais prestadores de serviços e consultorias, todos esses serviços podem ser melhor aproveitados com o crescimento da cidade, naturalmente vários outros vão surgindo, o importante é que o Estado tenha condições de mapear todo o mercado, acompanhando sua evolução, corrigindo erros e distorções no decorrer do caminho, utilizando a estrutura de governo existente e o Banco Regional de Brasília entre outras linhas de crédito para fomentar o mercado e o estimulo empresarial desde o microempreendedor individual até o financiamento de grandes projetos que desenvolvam a região Centro Oeste. 

Repensando a gestão das cidades
Não temos um arranjo de produção local que vislumbre em grande escala a sustentabilidade do custo das cidades e suas operações, a combinação disto incentivaria a formalização do emprego e renda, gerando investimento e compra direta, cidades como Samambaia, Ceilândia, Taguatinga, Guará, Cruzeiro, Gama, Sobradinho e Planaltina tem apelo e condições objetivas e estrutura social que consomem naturalmente serviços e produtos locais, o crescimento populacional destas cidades desenvolve um colapso em suas estruturas, gerando um vácuo da presença do Estado e, exatamente por conta do crescimento desordenado o Governo local não conseguiu acompanhar esta evolução. É preciso repensar o modelo de gestão dessas cidades com maior potencial econômico e enfrentar com investimentos reais para reduzir este abismo criado por uma série de fatores.

A mudança da estrutura central do Governo para a fronteira Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, e o edital aberto para a compra de novos ônibus, contribuem para reduzir este vácuo de gestão, reposiciona a administração pública do Estado, leva maior investimento para as áreas que vão receber o comando central do Governo do Distrito Federal, descentralizam a concentração da infraestrutura administrativa pública da cidade no centro de Brasília e traz uma série de benefícios pra região, inevitavelmente o metro quadrado será valorizado, as áreas receberão maiores investimentos públicos e privados porque altera a ordem das cidades culminando na abertura de novas empresas, serviços e empregos ao redor deste setor administrativo com restaurantes, mercados, farmácias, academias, hotéis e com isso aquece o mercado local e o consumo direto e indireto. No mesmo caminho a renovação de 80% da frota atual de ônibus da Capital e a criação de novas linhas trará um refrigério para a cidade no curto prazo, será um marco, uma quebra de paradigmas, alterar a lógica do modelo de concessão do transporte público aplicado a mais de 20 anos na cidade, somente isso já terá sido um grande feito, porém, em pouco tempo será necessário um maior investimento por parte do governo, retomando o controle da mobilidade urbana, a modernização de todo sistema e a regulação da concessão por parte do Estado. É necessário implementar um modelo que aplique melhoria contínua para o usuário do sistema público de transporte urbano e para o tráfego da cidade, reduzindo o engarrafamento e tornando o transporte público uma alternativa real de locomoção, incluindo a ampliação do horário de atendimento. É inevitável que inicialmente a maior parte dos investimentos em infraestrutura da cidade continue a ser por parte do Governo, principalmente para as áreas de mobilidade urbana, segurança pública, pavimentação das cidades, produção de energia e estrutura das cidades satélites preparando estruturalmente a cidade para recepcionar tais mudanças propostas até o momento.

Pensar um novo modelo de gestão para as cidades satélites é um desafio enorme para os gestores do governo, acredito muito na participação social como uma fórmula de dirimir as deficiências das administrações regionais, utilizando, por exemplo, os novos serviços de tecnologia em redes sociais para a solução de pequenos problemas do cotidiano e alguns gargalos das cidades, o que aliviaria e muito a pressão sobre a administração pública como um todo. Não seria novidade as empresas públicas e o governo instrumentalizarem a comunidade como agente social do estado, neste caso com aplicativos de geolocalização, monitoramento e diagnóstico de serviços, soluções tecnológicas simples no dia a dia para smart phones, tablets, computadores móveis e residenciais. Imaginem um serviço de tapa buracos inteligente onde o morador tira uma foto, faz checkin da localização do reparo na cidade e envia a informação em tempo real para a administração, Novacap ou qualquer órgão responsável, da mesma forma serviria para a CEB no caso de postes de luz queimados ou acesos durante o dia, resolveria também um sério problema nas corporações civis de serviço de proteção, por exemplo o trote, que com a imagem do acidente e a geolocalização em tempo real melhoraria o atendimento em minutos, o que poderia ser essencial para salvar uma vida. Estas ideias já vêm sido discutidas em algumas áreas de governo e alguns gestores direcionados a mobilidade urbana, e no DF, a Secretaria de Ciência e Tecnologia tem discutido modelos que se aproximem destas ideias, mas, ainda não é uma política de governo o que colocaria essas operações em outra escala de assistência e de prestação de serviços à comunidade, colocando a sociedade no centro da agenda do Estado como seu agente comunitário.
 
Contexto
O Distrito Federal tem tudo para crescer exponencialmente e voltar a ser vanguarda de gestão pública, ampliando e garantindo a participação social, para isso é fundamental reavaliarmos os últimos 20 anos de gestão da cidade para planejarmos os próximos 20 anos, aproveitando os 2 anos de investimento que a cidade receberá para as Copas das Confederações, Copa do Mundo e os jogos olímpicos que sediaremos. O maior legado que esses eventos internacionais deixam para a cidade é a oportunidade que teremos de repensarmos nosso modelo de gestão, aproveitando todo investimento e recursos que serão aportados. No meu entendimento repensar a cidade e seus modelos de mercado cria uma cadeia de desenvolvimento necessária para a abertura de novos postos de trabalho, ofertando vagas de emprego e geração de renda, aumentando a concorrência empresarial e a possibilidade de crescimento profissional com alternativas reais para além do serviço público. Assim reduzimos a desigualdade e com isso os índices negativos que rondam o DF.
É necessário recriarmos o Distrito Federal e rompermos com uma lógica de gestão pública isolada da região, colocando a Capital da República dentro da rota de investimentos e bons negócios, estimulando o empreendedorismo local, apostando no desenvolvimento econômico e social da cidade e de seus moradores, consequentemente, reduzindo a extrema pobreza, o consumo abusivo de drogas, os altos índices de violência praticados e os números elevados de crimes e morte entre os jovens da Capital. Isso tudo é possível construir sem perder de vista a sustentabilidade e o meio ambiente, interagindo os espaços com o verde natural de Brasília por todo o Distrito Federal, melhorando a infraestrutura das cidades do entorno e das satélites. Uma cidade planejada com um bom parque tecnológico, um cinturão industrial, um mercado competitivo e com boas remunerações, possibilita ao Governo do Distrito Federal assegurar uma política de distribuição de renda forte com garantias de direitos, respeitando a diversidade e a pluralidade da cidade, aumentando a inclusão de jovens no mercado de trabalho e o número de vagas, a inclusão de alunos de baixa renda no ensino superior tendo o Estado como avalista do seu estudo, por necessitar inclusive deste jovem na produção de pesquisas, dados estatísticos, monitoramento, desenvolvimento e soluções tecnológicas para a cidade e mão de obra qualificada para a necessidade do mercado local em diversos níveis profissionais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013