sábado, 28 de maio de 2016

REVELAÇÕES

Por Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior, Memorialista e Diretor de Comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos do Ceará e Fátima de Deus, Professora e Ativista.




Agora é a vez da ministra Rosa Weber explicar porque ela chama Golpe de Impeachment, o que eles chamam de “pacto” na conversa do Sergio Machado, Jucá, Renan e Sarney. Pacto é o novo nome que se dá ao golpe no Supremo, Congresso, Imprensa, Policia Federal, Ministério Publico... “todo mundo” junto e misturado.

E estão deixando o povo de fora neste: “todo mundo” aí.

É Golpe, e o Golpe esta dando mais ou menos certo. Prova são gravações sendo divulgadas e agora pacto é Golpe. Estão aplicando a tese do choque e pavor, em 12 dias destroem 13 anos de vitórias no desenvolvimento do povo brasileiro. Estão acabando com casa, comida, remédio, salário, aposentadoria, educação e cultura. Reduzindo direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Neste ritmo onde vamos parar? De volta a senzala?

Por outro lado, será que as Forças Armadas vão deixar entregar a Amazônia, o Pré-sal como fizeram com a Vale e o Nióbio?

A outra palavra para o Golpe é: “Acordo” - “vamos fazer um acordo todos contra ela”, “vamos tirar ela, afastar, pode ser renuncia, licença...”. Apelaram até para Dilma tirar licença...  É muita demência. Estão ensandecidos e ficam dementes primais no apelo para tudo, como se Dilma fosse dá licença para eles pintarem e bordarem no País. Logo ela, a faxineira!

Então esse governo provisório/interino/ilegal, em menos de duas semanas, e só no ensaio, quer a destruição da CLT, dos Direitos Humanos e todas as conquistas sociais dos últimos 13 anos.  É demais. Os golpistas querem acabar tudo. E a reação da gente no Brasil é lutar, resistindo ao Golpe para ganhar a luta só nas ruas, em marcha denunciando a farsa do Golpe.

Neste governo imposto, ilegítimo, imoral, receber o Alexandre Frota é atestado de caos. Se o ministro fosse Darcy Ribeiro, esse tal Alexandre Frota sairia do Ministério algemado, direto pra cadeia, por estupro. A que nível eles chegam. Acometidos do complexo de vira-lata, que esta se transformando em síndrome do viralatismo. Entrega total.

Querem novamente nos transformar em Colônia, desfalcando os BRICS com o Brasil. É uma jogada pesada e baixa. Querem os 41 trilhões de dólares avaliados da segunda maior jazida de petróleo da terra. E mais querem pegar o dinheiro que os governos Lula e Dilma acumularam em fundos internacionais. Uma fortuna em dinheiro vivo, que na certa Dona Lindu ensinou Lula a economizar debaixo do colchão. Uma reserva viva de 387 bilhões de dólares, três vezes maior que a reserva norte-americana só perdendo para os chineses. Eles querem de fato recolonizar a América Latina.

Os daqui são uníssonos numa coisa, todos querem tirar Dilma de qualquer jeito, de toda forma e maneira. Ela sai por bem ou por mal. Os golpistas não contavam com o povo na rua, que só vai parar quando o tenebroso temerário Temer (o teretete) deixar de ser usurpador da Democracia.

O tigre de papel que foi as pedaladas junto ao Plano Safra (marmotas do Golpe) se desfaz numa fileira de cartas marcadas, mafiosas, através das gravações que Sergio Machado apresentou ao Brasil, sobre o  Golpe tramado entre a Mídia, o Supremo, o Congresso, o Judiciário, o Ministério Pública e a Policia Federal, que são os pilares do Golpe junto com a CIA.

O sistema neoliberal já morto na Europa, revivido aqui. Vão fazer o Brasil estagnar suscitando uma perversidade colonizadora. Querem nos levar de volta para o FMI e não deixar acontecer os BRICS, a guerra é essa. Esta dando errado porque agora é que o dólar esta subindo, ao contrario do que preconizavam.

O caos econômico que começamos a superar retornando com força fazendo enorme estrago.

E vão deixar o bode na sala.

Temos de estar preparados para tudo. Eles estão tentando acabar com o Banco do Brasil, a Petrobras, a Caixa..., aniquilar o estado democrático, pleno de direito em desenvolvimento e entrega-lo ao capital internacional para a absorção junto com o patrimônio e a soberania do estado brasileiro.

Não vamos deixar isso acontecer.
E a saída é nas RUAS pela ESQUERDA.





terça-feira, 17 de maio de 2016

#SalveSUS

O SUS pode ter falhas de gestão, até pelo seu tamanho e complexidade, mas, de longe é o melhor programa do mundo de saúde pública! Reduzir o seu tamanho é retroagir e retirar de cidadãos um cuidado que eles não terão em nenhum outro sistema. Se prosseguir o Governo não errará tão somente, ele cometerá um crime contra parte mais sensível da população brasileira que não terá nenhum acesso a plano de saúde, assim veremos o número de mortes e de debilitação da saúde do cidadão aumentar consideravelmente, o projeto desse Governo é elevar a miséria no Brasil! #SalveSUS

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pedido de desculpas público e sincero

Quero publicamente fazer uma correção na minha história de vida. Quando esse senhor foi anunciado o novo Papa, por não fazer parte do contexto ecumênico da Igreja Católica me senti na liberdade, em automático, de fazer um julgamento vazio e sem propósito à época. Com o passar dos anos, algumas leituras sobre sua história, alguns testemunhos de pessoas que se relacionam e vivem a história da Igreja Católica e suas intempéries administrativas e políticas, reflexões e observações sobre o comportamento atual do Papa Francisco e seus feitos frente ao Apostolado Papal, compreendi a importância de Bento XVI e minha completa ignorância e superficialidade em julga-lo, o erro original está em meu julgamento, erro que confesso publicamente. O julguei por sua aparência, sua feição sisuda, por sua nacionalidade e fui tão infantil e equivocado que minha consciência cobrava meu julgamento a cada nova descoberta e leitura. Para a maioria isso não tem significado ou importância, mas, para a história de vida que busco construir, sim, é importante o relato e o faço publicamente, por publicamente anos atrás te-lo feito.

Bento XVI, nascido Joseph Aloisius Ratzinger, é Papa Emérito da Igreja Católica e lhe peço desculpas e perdão a Deus por te-lo julgado injustamente.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Juventude, devemos assumir as trincheiras da Democracia!


"Desistir? Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça".   Cora Coralina

Chegou a hora! 

Faltava a nossa geração um momento histórico decombate e resistência política, após anos de conquistas e de crescimento econômico e social aonde o Brasil e toda uma geração se beneficiou diretamente, não experimentamos paradoxalmente ambiente político divergente que nos proporcionasse comparações ou qualquer outro conflito social direto que nos levasse a uma reflexão profunda de nosso papel na sociedade. 

É chegada a hora do enfrentamento de ideias e o confronto de projetosé preciso compromisso, compreensão política e uma disposição radical de luta. Com o fim do ciclo de conquistas e crescimentos pactuado entre o grande capital, oligarquias e oligopólios e a classe trabalhadora e de baixa renda, iniciamos a partir do dia de hoje, 12 de Maio de 2016 um novo momento em nossas histórias, claramente destacado e evidenciado em nossa sociedade pelas manifestações de rua polarizadas e divergentese pelas votações na Câmara e no Senado, as quais abriram de forma ilegitima o processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. De um lado a consciência militante de quem representa a classetrabalhadora, do campo e da cidade, estudantes, mulheres, negros, índios e tantas outrosegmentos historicamente oprimidos no Brasil, do outro lado os que estão de mãos dadas com os grandes empresários exploradores, os latifundiários escravagistas, os explorados e parte de uma sociedade sem compreensão histórica e os fascistas sedentos por repressão aos movimentos populares e a esquerda brasileira. Alcançamos a conjuntura real da luta de classes restabelecida em nosso país


Quis a história que o Partido dos Trabalhadores, em seus 36 anos de formulação e execução de um projeto popular, abra mão das relações institucionais, republicanas, e, retome a construção e organização de massa, rearticulando os movimentos sociais, a esquerda nacional, a sociedade e toda classe trabalhadoraO PT nesse momento necessita sem restrições de sua juventude, como melhor fórmula de resistir e avançar sobre os golpistas brasileiros que tentam derrubar nosso projeto de paísrecuando a nação a modelos esvaziados de governança, retirando direitos civis e dos trabalhadores conquistados acusto, suor e muito consenso em nome de uma governabilidade que chegou ao seu fim. É necessário por parte do Governo e do Partido dos Trabalhadores autocrítica que vem se fazendo ao longo deste último período, mas, não é o momento de hiatos e simples reflexões, o momento é de unidade na luta, e, nossa geração, se torna neste papel a única capaz de impulsionarnossa direção a conduzi-la a um originário perfil de coragem!


A Juventude deve buscar aglutinar forças, sendo expoente dessa reflexão e autocrítica, apontandoos diferentes erros de condução política das pautas prioritárias para a agenda do Jovem e do Trabalhador brasileiro, bem como a crítica relação estabelecida no último período de governo Dilma com os movimentos sociais, as juventudes periféricas do campo e da cidade. Reassumirentão prioridade na pauta e no dialogo com esses setores da juventude que mais necessitam da nossa política de inclusão nas universidades, na formação técnica e conquista de vagas de trabalho, na garantia de ocupação de território, expressão cultural, na defesa de direitos, combate a violência e o extermínio dessa juventude majoritariamente negra, de todo esse projeto dependente do respeito à democracia brasileira, sendo esses jovens os que mais perderão com esse golpe das elites.


Após a votação da Câmara pela abertura do processo de impeachment no dia 17 de abriloDiretório Nacional do PT em resolução do dia 19 de abril, se colocou em sintonia com a nossa juventude, a classe artística e cultural, movimentos sociais, partidos de esquerda, intelectuais e estudantes universitários, bem como todo o conjunto da sociedade brasileira não orgânica partidariamente ou até oposicionistas ao nosso programa de governo que foram as ruas lutar pela nossa jovem democracia, assumem pra si a mesma postura e capacidade de autocrítica, de reflexão e de compreensão do que devemos mudar, do que devemos retomar e do que devemos avançar, em nota, o PT reafirma a posição de luta incessante contra o golpe, pela democracia e pelo mandato eleito da presidenta Dilma Rousseff com a energia das massas e orientação dos movimentos populares. 

Devemos ainda saudar as combativas entidades e movimentos da “Frente Brasil Popular” e da “Frente Povo Sem Medo” nas quais nos referenciamos e nos mantemos em construção, durante todo esse período de afastamento da Presidenta Dilma. O momento nos exige ainda mais unidade e firmeza de posição frente ao golpe, em defesa da Justiça e da Democracia.


A Juventude não deve ceder em nosso projeto de sociedade, não deve ceder na construção de um Brasil mais justo, não deve ceder em nossos princípios democráticos. Devemos assumir um único grito de “Defesa do Estado Democrático e de Direito" e como Dilma afirmou em seu discurso de afastamento no dia de hoje, "A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar.",repudiarmos qualquer posição conciliatória com os golpistas que estão e sempre vão ser lembrados por estarem do lado errado e injusto da história. A Juventude deve assumir a responsabilidade de liderar uma defesa incondicional da nossa presidenta Dilma, do nosso eterno presidente Lula, do nosso partido, de nossos companheiros e companheiras, de uma aliança programática daesquerda nacionalda nossa relação fundamental com os movimentos sociais e populares do campo e da cidade, de trabalhadores e estudantesdo nosso DNA de esquerda, socialista, democrático, de lutas e de massas!

 

“Não vamos às ruas, nós somos a rua e de nós não abrimos mão!” #Ubuntu #NãoVaiTerGolpe#DilmaFica #OcupaTudoContraOGolpe#Democracia

12 de Maio, 2016

Fernando Nascimento S. Neto

Ex-Secretário de Juventude GDF

 

Carlos Emar Mariucci Júnior

Membro da Executiva Nacional da Juventude do PT

Ex-secretário Estadual da Juventude do PT  Paraná

Membro do Diretório Estadual do PT - Paraná

 

 

Carta aos amigos e companheiros militantes de esquerda

Companheiros e companheiras, aos mais próximos tenho afirmado meu posicionamento e convicção sobre estes tempos, não sou dos anunciadores do apocalipse pelo contrário, assumo a posição dos que trazem as boas novas, o novo tempo e é este o melhor tempo que teremos para viver politicamente desde os últimos 8 anos. Finda-se um período e se inicia outro, vivemos ciclos na política como em nossas vidas, porém, este novo ciclo será mais fértil, próspero, aglutinador e solidário do que imaginamos, a partir deste momento retornamos a nossa origem, a posição que o Brasil inteiro reconheceu como o nosso melhor ambiente, a oposição, e não entramos neste mundo de mãos vazias e muito menos sem o que apresentar, teremos um saldo gigantesco de realizações que estarão sendo postas em risco cotidianamente, a população pela primeira vez poderá criar paralelos entre o nosso projeto de país e o que virá. Para muito além desta reflexão presente, temos o maior desafio posto, construir um novo projeto de partido, de país e de sociedade, isso se dará na luta, que já vivemos e será cada vez mais acirrada, afinal, nos tempos da democracia ninguém foi mais vitorioso junto à sociedade quanto o Partido dos Trabalhadores. Não se frustem pelas críticas, elas vem em boa hora, no melhor momento de luta, no momento mais cristalino da luta de classes, temos tarefa pela frente e nossa agenda deve ser:
- reorganizar nossas bases
- fortalecer e dar voz ressonante aos movimentos sociais
- reaglutinar o campo de esquerda
- recrutar, recrutar e recrutar a militância 
Novos filiados vem cerrando fileiras, antigos que se decepcionaram precisam ser reconquistados, os que se matem na luta revigorados e essas são as nossas principais tarefas.
Para a nova geração política brasileira que vem dos 15 aos 45 anos é o grande momento de compreender a luta, aprender em campo e comandar os próximos períodos, então siga-mos em frente companheiros pois a luta continua!

"A vida é combate, que aos fracos abate. Os fortes, os bravos, só tende a exaltar".
Gonçalves Dias

Fernando Neto
Militante do PT-DF

terça-feira, 3 de maio de 2016

O movimento Temer


O mapa conjuntural esta dado, é preciso esmiuçarmos para compreender o tabuleiro e suas complexidades, posteriori será preponderante a produção de diagnostico e compreensão histórica de todo este processo em curso. A produção de conteúdo e consciência que reorganize o projeto nacional de esquerda sempre estará em constante observância e reformulação, da mesma forma que os projetos de direita. 

Três anos e três publicações distintas são o ponto focal deste mapa conjuntural e assim resumo o "movimento Temer" personagem central da desestabilização institucional, são os anos de 1982 com a publicação "Elementos de Direito Constitucional", 1994 "Constituição e Política" e 2006 "Democracia e cidadania" do então advogado e parlamentar Michel Temer.  Nestas publicações Temer discorre sobre parlamentarismo, controle de constitucionalidade, auto regulação do mercado, redução do papel do Estado enquanto agente de fiscalização e mecanismos de controle social, em cada uma dessas publicações é possível perceber por parte do autor características de sua personalidade política e compreensão do seu modelo de Estado, de forma resumida em 1982 Michel Temer discorre sobre o sistema parlamentarista, o fortalecimento do parlamento como fórmula de controle social e político, equilibrando direitos e sendo o garantidor do poder constituinte, entende o parlamento e suas decisões e elaborações como produção de soberania do direito, observa a eficacia e aplicabilidade das sansões e compromisso de Estado do poder executivo à partir do parlamento e define o papel entre os três poderes constituintes. Em 1994 o escritor define parâmetros entre política e sua aplicabilidade constituinte, defende a subjetividade do direito, dispensando a materialidade, como produção de conteúdo e conceito, faz um observação generosa sobre o conceito da 'produção de informação' como controle e concentração de poder e o importante papel do fortalecimento de mecanismos do direito e da política para a manutenção e equilíbrio desta concentração de poder, delimitando sua abrangência e alcance. Em 2006, Michel Temer fala sobre a participação popular na vida democrática do país e o papel constituinte do parlamentar, seus poderes e seus deveres sociais, da mesma forma define direitos e deveres sociais na democracia participativa, limitando a representatividade popular e de classes ao sufrágio.

Michel Temer foi, no que lhe coube historicamente, um dos formuladores de 4 (quatro) pontos primordiais para o contexto histórico que vivemos hoje no país:

- Sistema parlamentarista, o parlamento como instrumento de controle social, constitucional e mediador entre os poderes constituintes;
- Teoria do Domínio do Fato, subjetividade do direito como produção de conteúdo à margem da matéria e da cultura jurídica, para combater a concentração de poder pela informação;
- Controle do Estado, mecanismos de controle dos poderes por um poder fiscalizador de atos e direitos que produza conteúdo e conceito;
- Estado Minimo, limites à regulação do mercado, reduzindo o papel do Estado em suas funções social e política.

O então Vice-Presidente Michel Temer é ser pensante, elaborador, ideológico, formulador de teses e conceitos, político clássico e tem lado, seus passos atuais são coerentes com seu histórico e militância política, exatamente por ser parte deste processo de formulação de uma consciência política liberal que logrou exito em sua empreitada natural, é importante compreender, Temer reagiu aos equívocos, antecipou movimentos, ocupou espaços estratégicos na articulação do Estado, esquadrinhou o cenário político e efetivamente produziu e pôs em prática sua biografia, assim o "movimento Temer", no ambiente político, unificou a direita entorno da possibilidade real de derrotar o Partido dos Trabalhadores e toda a esquerda nacional, executou a tese do inimigo em comum, criada pela grande imprensa brasileira e usou da tese do Domínio do Fato para desestabilizar o ambiente democrático atual constituindo o parlamento como autoridade superior de equilíbrio político e poder julgador ao mesmo tempo à partir das atuações de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, desestabilizando o instituto Presidencial, fragilizando-o e diminuindo seu papel para exercer seu domínio constitucional, levando em consideração e se aproveitando dos desdobramentos da operação Lava Jato e a militância política/jurídica por parte do Ministério Público e Polícia Federal.

No parlamento antecipou, ordenado por Eduardo Cunha e instrumentalizado por Jovair Arantes (PTB) e Rogério Rosso (PSD) (este último teve como carro chefe de sua plataforma de campanha eleitoral em 2015 a frase “Um Deputado para derrotar o PT”) o rito definido pelo Supremo Tribunal Federal para abertura do processo de Impeachement da Presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. A maior ferramenta de desestabilização do Campo Democrático e Popular veio pelas odes do PSB (Partido Socialista Brasileiro), ferramenta e instrumento político em defesa do Golpe Institucional em curso, vale a lembrança do papel fundamental que o PT/Lula/Governo tiveram no fortalecimento da legenda e consolidação de quadros regional e nacionalmente, sem isso, a legenda jamais atingiria o número obtido de Deputados e Senadores nas últimas eleições somado à isso uma agenda Levy, decretos e projetos de lei que constrangeram trabalhadores e os movimentos sociais, isolamento do campo majoritário da esquerda brasileira, o recuo e afastamento de peças importantes que compunham esse time e garantiam a sustentação política e o diálogo com os movimentos sociais. Redesenhando o campo político que desestabilizou o Governo teremos uma maioria lógica organizada por Temer dentro do PMDB, a centralização dos interesses políticos do PSDB, a agenda programática do DEM (Democratas) e PP (Partido Progressista) em total sintonia com o programa apresentado pela Fundação Ulysses Guimarães do PMDB “Uma Ponte para o Futuro” resumo de todo o conteúdo já produzido por Roberto Campos, Simonsen, Aloysio Nunes, José Serra entre outros, a reboque dos interesses ideológicos estão conjuntamente o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o que restou do PPS (Partido Popular Socialista), outros partidos menores com menos expressão política fisiologicamente se incorporam a expectativa de poder produzida pela organização deste campo político à Direita, em paralelo temos o PRB (Partido Republicano Brasileiro) aliado de primeira hora do Governo Federal e do Campo Democrático e Popular que rompeu com sua aliança incorporando-se ao Campo de Direita Nacional por erros táticos promovidos pelo próprio Governo Federal e o PR (Partido da República) fisiológico viu sua base dividir-se com fissuras regionais claras, mas, a rebelião fora inevitável.

A narrativa construída pelo Governo e a Frente Brasil Popular está correta, o Impeachement em curso é golpe institucional sim, qualquer instituto jurídico constitucional utilizado para sacar do poder executivo o Presidente da República em exercício eleito por sufrágio universal culminado e instrumentalizado por aparelhamento parlamentar sem crime constituído é manobra para golpe, é correta a afirmação e a narrativa para combater o golpe institucional em curso e conscientizar a população e instrumentalizar o campo popular de esquerda e os movimentos sociais organizados para a luta de classes instaurada e estabelecida em nossa sociedade, porém, é insuficiente a narrativa constituída sem autocrítica por parte do Governo Federal e do Partido dos Trabalhadores, não chegou-se neste estágio de total fragilização da agenda política do Estado por puro processo natural da disputa de classes, tão pouco o rompimento político por parte de aliados pontuais se deu por desobediência no programa, o Governo e a Presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime, cometeu erros e equívocos que precisam ser reparados para o bem dos próximos passos que daremos para o enfrentamento da agenda conservadora e neoliberal em curso. Frear a ofensiva da direita nacional em bloco, organizada no parlamento para desestabilizar o Estado Democrático e de Direito, e, assim, implementar a reforma trabalhista desejada pelo campo político de direita, sacando direitos históricos conquistados pelos trabalhadores desde Getúlio Vargas e seus avanços dos últimos 14 anos de governo Lula/Dilma, e implementação da agenda econômica neoliberal destrinchada  pelo programa “Uma Ponte para o Futuro”. Frear tais recuos sociais e avanços liberais somente se dará e tornará possível por um agenda que já está em curso, a reorganização da Esquerda Nacional, por parte da Frente Brasil Popular e Frente Brasil Sem Medo, as primeiras iniciativas de reorganização da Esquerda Nacional.

O Governo Michel Temer será de transição, a conjuntura política, social e econômica dirá o nível de emblocamento à direita, se depender de sua biografia seguimos para uma transição de modelo constituinte, com estruturação do Estado a um modelo mínimo e praticamente  irreversível no curto prazo, porém, será um projeto em disputa à direita e o acúmulo de forças também se dará por suas composições. Da nossa parte cabe à esquerda nacional resistir e contragolpear, frear o avanço de rupturas institucionais de aparelhamentos da direita em toda América Latina à partir do que enfrentaremos no Brasil.