segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Críticas para um país melhor

Estamos vivendo um contrassenso, no momento mais tecnológico e digital que o mundo se encontra ainda me revolto com situações do milênio passado, filas enormes em departamentos públicos, espera no atendimento em hospitais, esgotos a céu aberto, bairros inteiros sem saneamento básico, entre outras várias situações que incomodam cidadãos de todo o país.
Soluções para diversas dessas situações não devem ser tão difíceis assim de serem encontradas, hoje muita coisa esta em um simples triscar de dedos em uma tela de celular, não apostar na tecnologia para resolver esses gargalos é um desafio contraditório do quanto pior melhor e essa corrida frustrante prejudica famílias, trabalhadores e o país de uma forma geral. O desafio do crescimento econômico brasileiro esta atrelado ao termo mais utilizado nos discursos em geral, “Gestão”, que pode ser aplicado em diversas situações e áreas, quem realmente se destaca embora ainda muito aquém do nosso potencial é o Governo Federal, que tem sido referência em gestão pública e solicitado por vários Estados para disponibilizar as estruturas e servidores do ENAP (www.enap.gov.br) por exemplo. O fato é dos avanços no Governo Federal até a realidade dos diversos municípios e até mesmo governos de estados percebemos um abismo entre estes exemplos gigantescos e mesmo assim no grande Elefante Branco brasileiro convivemos com algumas estruturas públicas decadentes, nada comparado com alguns crimes e castigos cometidos e aplicados por executivos nos mais diversos lugares dessa nação à frente da máquina pública.

Um bom exemplo real que procuro estudar e compreender é o fenômeno que atinge nosso asfalto principalmente dentro das cidades. Não vou cometer o crime de comparar a realidade e a extensão territorial do nosso país com qualquer outro, porém fazendo um recorte do que aconteceu no Japão pós terremotos que atingiram 9 pontos na escala Richter, os tsunamis que ocasionaram na destruição de diversas cidades e estradas ao mesmo tempo, e em poucas semanas todas elas recuperadas. É inevitável que minimamente não desperte alguma curiosidade, não quero propor aqui como investimento para o Brasil comprar asfalto japonês, longe disso, mas, quero entender o que aconteceu, como resolveram em tão pouco tempo a situação, como conseguiram recuperar vários quilômetros de vias? São perguntas que me incomodam e com elas a comparação é inevitável. Durante anos desviei do mesmo buraco entre a passagem de uma quadra para outra onde moro, já estava tão acostumado com o desvio que imaginei em algum momento ser parte do patrimônio da quadra aonde moro aquele buraco, esse é um exemplo dentre vários que presencio em diversos lugares. Não é possível que não exista uma solução óbvia, que os Japoneses descobriram e nós não.

Algumas semanas atrás escutei de um construtor civil chinês - modelo de Estado, diferente do Japonês - que a forma como levantamos casas é artesanal e ultrapassada, essa crítica me incomodou profundamente, não sou bom de ouvir críticas ao meu país, sou brasileiro e defendo essa terra de todas as formas, porém, prestando atenção, alguma coisa de errado realmente há; como algumas construtoras levam 1 ano para entregar 500 casas e outras empresas do mesmo ramo levam 8 meses para entregar 5 mil? Essa comparação não é entre um país e outro é entre empresas brasileiras que aplicam modelos diferentes de construção, testemunho disso é a entrega de casas em Águas Lindas do Goiás 32km do Distrito Federal e Nova Iguaçu, município do Rio de Janeiro. Não explorar e investir em tecnologia nos dias de hoje é inevitavelmente não se estabelecer em um mercado cada dia mais disputado e agressivo. Com uma ótica empresarial e à partir da ótica pública quais podem ser às consequências disso? Se os números de casas com computador e internet estão crescendo vertiginosamente no Brasil é inevitável que o acesso a informação chegue à mesma velocidade e com isso críticas naturais a prefeitos, governadores e executivos em geral.

Estamos vivendo uma revolução cultural e de comportamento ainda silenciosa que fatalmente chegará às ruas, como na Grécia antiga estamos construindo nossa própria Ágora, a internet com as redes sociais tem se tornado este nosso lugar de manifestação livre e democrática, mesmo virtual cada dia mais se torna real em nosso cotidiano. Essa troca de informações e sensações não pode ser desprezada por quem exerce função ou cargo público, até por conta do público cada dia que passa ficar mais exigente, em tempos de eleições municipais a resposta para o atraso de inúmeras cidades do Brasil pode estar aí.