sábado, 20 de maio de 2017

Michel Temer e sua renúncia

Michel Temer não é bobo, cometeu um grande equivoco por conta da vaidade, arrogância e ganância, forçou para que o impeachement da Presidenta Dilma acontecesse, foi a campo, articulou, vislumbrou a única possibilidade de se tornar Presidente da República sem passar pelo voto, de outra forma não seria. Esse sim foi o grande erro de Michel Temer, porém, participou de todo o processo desde o início e sabe bem quais os passos que serão dados à frente, ainda está fresco na memória de todos e principalmente dele, sendo assim alguns fatos precisam ser pensados e analisados; caso Rodrigo Maia aceite algumas das denúncias de impeachement apresentadas teremos um processo longo como foi o da Presidenta Dilma, com as regras estabelecidas pelo congresso e STF, o que dá tempo suficiente para ajustar seu jogo.

- Em primeiro lugar tenham certeza, se Michel Temer cogita a possibilidade de renúncia ele só o fará depois que tiver segurança de construir maioria em uma eleição indireta dentro do congresso, fará o acordo necessário e articulará para garantir a vitória do seu candidato. Lembrem-se a eleição é indireta, o parlamento brasileiro é quem indica os candidatos e vota neles e elege o Presidente interino, se Michel Temer não renunciou ainda deve-se exatamente pela falta de acordo em um nome que além de manter sua base alinhada, mantenha sua influência direta e garanta suas condições de defesa ou ataque em qualquer cenário;

- Temer tem o mapa exato dos Deputados, perfil, fraquezas, o ponto fraco de cada um, principalmente os que tergiversaram durante o impeachement, de forma pejorativa Michel Temer sabe o preço de cada um e aonde se comprometem principalmente com ele próprio, então não será tão fácil assim derrota-lo dentro do parlamento;

- Como advogado, jurista, bem quisto no mundo acadêmico até então, Temer tem argumentos e técnica processual que o ajudam a desqualificar a denúncia dos irmãos Friboi, a grande questão é, a ausência de Estado poderá atingi-lo, com a queda de braço dentro do judiciário e a inversão de direitos constituintes para justificar prisões e ameaças, investido e promovido também por ele próprio para que Dilma e o PT fossem atingidos, ele também pode ser alvo do mesmo destino que traçou e sua batalha pode ser inglória em um Estado de Exceção promovido por seus pares, incluindo o PSDB, o poder político está em cheque e a saída jurídica pode não ser tão franca como eles imaginam.


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