quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Energia

Deixo que o meu partido, meu governo e minha Presidente falem por mim! Assistam...



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Resultado de reprodução em escalas sociais

Essa reflexão é muito própria das minhas experiências, pensamentos, opiniões e escolhas de vida, por isso, por não se tratar de um texto explicitamente político sugiro aos leitores que reflitam ao fim do texto tão somente sobre suas próprias opiniões, sendo assim divido com vocês esses pensamentos. Algo me perturba, ainda não consegui identificar com clareza esta inquietação, mas percebo que minha maior aflição esta no cuidado ou impressão que tenho das pessoas que estão próximas de alguma forma, direta ou indiretamente e imagino que isso não seja isolado somente aos que estão à minha volta. Eu construí dentro da minha cabeça neste início de ano um memorial de decisões pessoais que tomei desde a primeira lembrança que eu tenho disso, se não estiver errado minha primeira frase “...eu quero ser quando crescer” foi por volta dos meus nove anos, queria ser do exercito brasileiro, fui aprimorando essa vontade com o tempo até chegar a agente especial como o 007, só que pela Policia Federal, as vezes de terno as vezes de uniforme preto. O terno me levou a outro querer, basicamente o que sou hoje, porém a imagem que eu tinha do terno era outra, menos formal que de um advogado ou agente político, me remetia a aventura, força, charme, a ideia de aventura que era exatamente a imagem que construí por conta dos meus heróis da infância e adolescência. Me lembro poucas vezes ter alguma vontade de ser jogador de futebol apesar de ser artilheiro fazia mais pelo prazer da pelada, porém, quis muito ser lutador como Bruce Lee, Van Dame e o Mick Tayson, passei também por me imaginar jogando basquete como Michael Jordan, porém a questão da altura foi o primeiro impedimento que tive em relação a minha carreira na NBA, não ter passado dos 1,74cm de certa forma me frustrou este sonho. Com o tempo e a escola fui aprimorando minhas vontades, senti em vários momentos em sala de aula que minhas opções iam diminuindo, isso por conta da repetição daquela ideia pronta e conservadora de futuro, eram essas repetições minhas maiores angústias durante o 2° ano, não me interessava em nada pelo que me ofereciam como opção de vida nem pelo que eu era obrigado a sonhar, ideias e sonhos formatados também por uma criação limitada que replicava em exercícios a escola. As opções me prendiam em um ambiente que não me seduziam e não me inspiravam em nada, esta inquietação era objeto de várias reações e isso se refletia em quase tudo o que eu me propunha, não queria ter ou ser igual a ninguém, queria ser o mesmo que eu podia conquistar pelos meus próprios esforços, queria cada dia mais o terno e o direito, não por algum exemplo familiar, por que não tive, mas, por construir a ideia de liberdade e isso me levaria a outras possibilidades e é exatamente isso o que me inspira a possibilidade de sonhar, me apaixonar pelo projeto e seguir o rumo do que meu instinto ou coração propõem para o que estou me propondo a viver. Não estou fazendo crítica a nenhuma formação ou área profissional que fique bem claro isso, estou fazendo uma reflexão de um contexto esvaziado pelo cotidiano e pelas dificuldades da vida, a fórmula medieval de criar servidores, profissionais limitados àquele ou outro exercício, provavelmente esta crítica pode ir além e eu não consiga perceber os desdobramentos de um pensamento simples e duro por perceber que o que me incomoda não é a opção de vida que jovens traçam ou constroem e sim a falta dessa opção pelo meio que produz à ideia.

Na escola pude aprimorar meus sonhos, muito pela voracidade de crescer e viver meus próprios desafios do que era realmente oferecido pela escola - aqui não faço referência aos professores, a maioria reflexo também do mesmo meio limitador, todos bons profissionais e preocupados em repassar a matéria, alguns mais ainda dividiam experiências e poucos eram os que me inspiravam a querer mais - mas este sou eu, digo por mim e não pela maioria pois o que era reproduzido dentro deste conceito era possibilidades limitadas, sentia falta entre os meus amigos de velos sonhar como eu, ninguém com quem estudei quis ser dono de uma grande empresa, um advogado bem sucedido, Presidente da República, senador, ministro, comprar a rede Globo ou virar Astronauta, poucos que eu lembro queriam ter uma banda e fazer muito sucesso, qualquer um desses sonhos seriam possíveis se o modelo fosse outro, não o de repetição de teses, modelos ou fórmulas, isso sim faria sentido e era isso o que me instigava a “querer” em outro contexto, não o natural da vontade de terceiros, mas no que me possibilitava conquistar. Se por um lado crescer me ajudava a melhorar minhas vontades e a escola também era um condutor de conhecimento por outro lado em dicotomia com a possibilidade do querer também vinha a limitação da realidade, se o sistema reproduz frustrações reproduzirá limitadamente também conhecimento em cada formador ou formando. Qual será o resultado desta reprodução em escalas sociais, defino de “resultado de reprodução em escalas sociais” o resultado temporal de uma opção educacional ou social natural produzido em reflexos pelo próprio meio condutor de ação e reação de espaço, consequência e fim de atos no cotidiano, no convívio com conhecidos e desconhecidos ou em um ambiente maior, sempre coletivo. Sempre que tenho a oportunidade e o local me oferece condições quando vou palestrar ou debater sobre algum tema, instigo as pessoas a me falarem sobre seus sonhos e é desesperador o resultado disso em qualquer faixa etária, a impressão é que a vida frustrou a possibilidade de fechar seus olhos e projetar sua vida em anos em condições humanas, me preocupa o resultado deste sintoma, como organizar uma sociedade que não se estrutura em ideias, projetos, realizações e conduz sua ascensão social no resultado da decisão de outro e não sua própria e eu ao menos percebo isso em diversas situações e proporções, desde a dificuldade que um jovem tem de escolher qual formação seguir à dificuldade que tem de dizer “não” ou “sim” para alguma situação e esta decisão sempre é tomada a partir de outro terceiro ou do meio que constrói esta personalidade em opiniões vazias, se for complicar um pouco mais essa tese e encarar este resultado de reprodução em escalas sociais é fácil detectar o sintoma na dificuldade da comunidade em se organizar, do indivíduo em decidir em qual candidato votar, e assim se segue. Minha maior aflição é perceber através das redes sociais como é simples e automática a reprodução em qualquer escala, as pessoas não questionam, não contrapõem, não recusam a informação, elas reproduzem simplesmente, assim como alguns também iram reproduzir este texto automaticamente sem ao menos ler o final deste parágrafo, mas, farão isso por ser eu o proponente do texto e do tema. Parte da indignação vem de observar este reflexo automático, as pessoas realmente são copiadores de ideias e reprodutores de informações, por isso sempre afirmo o vácuo existente no ambiente político, empresarial, industrial e tecnológico, quem decide alterar a ordem imposta se destaca pela passividade e anulação própria do outro.

Volto as minhas próprias experiências, faço essa reflexão para poder compreender o outro e não rejeitá-lo ou julgar suas decisões, prefiro entender meus próprios desígnios e de certa forma contribuir para a formação da opinião alheia, que não a minha, já que a reprodução é aleatória e automática. É comum que eu seja acusado de rebelde, já fui taxado de diversos adjetivos que comungam com a ideia de não permitir ao outro, terceira pessoa, que neste caso sou eu, o direito de pensar ou que tenha sua própria opinião, irônico compreender em outra posição esta condição, a rebeldia em seu conceito mais Aureliano se define por ‘Ato de rebelar-se; não-conformidade, reação. Figura: Oposição, resistência. Birra, teimosia. ’ esta contumácia é própria da personalidade dos que rompem com o comum ou natural, porém, se compreendermos da “rebeldia” outra definição e alterarmos esta lógica por outra palavra, por simplesmente “opinião” desconstruímos a ordem de alguns fatores desagregadores, digo isso por ter uma compreensão própria do contraditório construído em sociedade o que me dirige ao pensamento simples de ter uma opinião diferente e respeitar o pensamento coletivo, porém como ter essa opinião individual respeitada neste consenso coletivo? Avalio esta pergunta e minha própria resposta entre outras várias perguntas que faço por ter dúvidas também. Será que teimosia, insubordinação, rebeldia não podem ter outro nome? Para a falta de opinião construímos nosso próprio cenário de dificuldades o que justificaria não se arriscar? Existem várias perguntas que faço que talvez tivessem a mesma resposta em gêneses ou em conceito comparativamente! Tudo isso que é construído ou destruído em conceito ou ideia faço para avaliar o comportamento social de forma a sugerir um erro de efeito, reprodução e matéria, cotidianamente tomamos uma séria de decisões e a simples reprodução coíbe o livre pensar e agir e clamo e conclamo todos a refletirem sobre a mesma ideia.

Sempre sou questionado sobre o interesse do texto, como devo estar sendo agora por quem lê, não sei exatamente se existe algum interesse, digo da minha aflição em perceber que pessoas comuns se manipulam por qualquer informação e as reproduzem sem sentido, conhecimento ou ideia, fazem com naturalidade e absorvem aquela informação rasa como verdade absoluta e negam-se em alguns casos a própria origem de formação; falo também da minha revolta com a falta de decisão e opinião das pessoas que proporcionam a partir desta omissão um resultado de reprodução em escalas sociais, por fazer o indivíduo parte do coletivo e o coletivo ser constituído pelo indivíduo; falo do reflexo dessa reprodução na concepção de vida de quem se omite ou se limita a sonhar, projetar, planejar, desejar, e, nos dias atuais essa proporção majoritária quase absoluta não é revertida em condições de superação ao menos para ter-se um parâmetro anterior do ponto atual. O interesse do texto é comum e coletivo, reflete uma preocupação que tenho com os que constroem meu meio, sou parte dele e me preocupo com ele e como vou me relacionar com ele, o meio. Para solucionar problemas sociais que alteram a ordem como as drogas, a violência, o preconceito, racismo, a desigualdade, talvez seja necessária à reflexão. Amadurecendo a ideia que consumimos de organização social e educacional podemos perceber que já extraímos desse modelo tudo o que pode ser aplicado e é chegada a hora do novo, é necessário reformar a sociedade como um todo, aqui é a parte que quem lê pronuncia naturalmente a palavra “impossível”, mas, impossível também seria filho de pedreiro virar doutor, o Brasil pagar sua dívida externa, construir Brasília a Capital de todos os brasileiros, impossível seria tanta coisa, porque não sonhar com uma estrutura educacional que não repete e sim estimula o pensar, agir e construir? Muitos reproduzem teorias sobre a educação sem ao menos refletir sobre este conceito e digo, sem medo de mais julgamentos, não é desta educação reprodutora que precisamos, isso só vai ampliar a desigualdade e a violência, os prejuízos sociais que temos hoje, é óbvio que precisamos de educação mas em outro patamar e conceito, que permita pensar, formar, construir, dirigir, solucionar, confeccionar, produzir, sonhar! Óbvio que sou totalmente defensor da educação como método inclusive de transformação social e devemos oferecer a todos e todas criança, jovem e adulto, escola de qualidade, estruturada e que construa a comunidade entorno buscando soluções para o cotidiano.