sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Luta da Juventude começa a adotar nova roupagem e crescerá

Hoje esta mais do que claro para todas as forças políticas que a juventude é uma prioridade organizativa. É perceptível a volta de sua inquietude questionadora que, ainda de forma embrionária, se manifesta uma rejeição incipiente às formas dominantes de viver. Como vanguarda minoritária, isoladamente, se insurgem contra a polícia, o extermínio de jovens, a criminalização da maconha,  o machismo, o poder coronelista em alguns pontos do país, e aos partidos mais retrogradas.

Será preciso um enorme trabalho político para dar sentido a essa rebeldia volátil e conectar esta parcela da juventude na luta por uma política mais global e devemos atuar firmemente no Movimento Estudantil e nas lutas da juventude como um todo.

Embora não possamos antever a configuração do movimento que a rebeldia latente da juventude promete eclodir, podemos apostar que será um movimento de caráter juvenil e popular, autônomo em relação às instituições e corporações que não se adequarem a este momento e com fortes traços culturais. Mais do que estar preparado,devemos ajudar a pari-los e disputar sua hegemonia no sentido de conduzi-los para uma política mais ampla.

Faz-se urgente e necessário também, gestar um novo movimento que não seja só um ato de rebeldia com a cultura dominante, mas que consiga sim e muito, produzir algo novo, forte, tropical, democrático, ambiental, universal e humano, assim como a semana de arte moderna, a tropicália e outros representaram para suas respectivas gerações.

Por outro lado, a juventude no mundo é o setor que será mais agredida pela crise econômica mundial, e deve se preocupar e lutar contra as graves questões geopolíticas da atualidade, as ameaças à paz derivadas das políticas neocolonialistas e com as lutas dos povos e nações por um novo ordenamento econômico e político mundial.

No Brasil, os dez anos de governo PT caminhou na contra mão desse processo global, o Pró-Uni, a construção de novas universidades, as bolsas de estudo fora do Brasil etc., vai fazendo dessa juventude, numa escala de massas, a mais qualificada tecnicamente que o Brasil já teve. E se juntarmos isso, com a questão da grande criação de empregos que indiscutivelmente temos hoje, teremos um futuro mais nobre para essa nova geração.

Mas só isso não  basta, essa nova geração tem que lutar pelos seus direitos, direitos quais, que passam por lutas como a da Reforma Política e Eleitoral, Reforma Tributária e de lutas de natureza ambiental e de melhoramentos democráticos, principalmente na comunicação.

O PT esta no caminho certo, o PED, principalmente para a juventude, vai buscar uma perspectiva tática e estratégica, para essa geração seguir na consolidação de uma frente social e política de forças transformadoras e progressistas, defendendo o legado histórico do partido e o de Lula, que hoje estão sendo atacados por um setor coronelista, golpista e sem projeto.
A renovação de 20% suas cadeiras de direção para jovens, fortalecerá o papel de protagonista e dirigente, para que os novos quadros possam enfrentar esses desafios.

Neste quadro de gigantes desafios e responsabilidades,ainda temos de somar aos debates a questão de política de aliança e do processo eleitoral como um todo para 2014. Além de trilhar os caminhos de resistência à brutal ofensiva conservadora hoje em curso. E seguir na luta por mais Direitos aos Trabalhadores e conquistando mais avanços na pauta de Direitos Humanos, de defesa da soberania nacional e da paz.

Essa é uma tarefa irrecusável e inadiável das forças consequentes em sua opção política, para que possamosassim, seguir mais dez anos na construção de um Brasil onde a justiça social, a fraternidade e a solidariedade não sejam meros conceitos e sonhos e, sim, realidade e vida.
 



Pedro de Deus Del Castro

 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Do novo ao novo - Cap. II


"O nome de Padilha é apoiado principalmente pela militância ávida por renovação de ideias, programas, propostas novas, de uma cara nova para o PT..." (Blog do Zé Dirceu) neste caso, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha simboliza e simplifica um momento político brasileiro que exige do Estado Político uma reflexão e compreensão do que se configura a palavra de ordem do início deste novo século, “renovação”, como Fernando Haddad (PT) em São Paulo, Eduardo Leite (PSDB) em Pelotas – RS, entre vários outros em todo Brasil. É esperado e ansiado por grande parte da população um novo ambiente político, com ideias e comportamentos condizentes com o Brasil que queremos, ficou nítido nestas últimas eleições municipais o recado das urnas e é necessário analisarmos as vitórias e derrotas como reflexo de uma aspiração social comparativa à evolução e o crescimento sócio econômico, sócio cultural e os indicadores sociais referentes a gênero e idade da população brasileira. Vivemos em um novo momento político e econômico e é necessário que todos avaliem assim, concordando com a aplicabilidade do projeto nacional ou não. Grupos mais conservadores ou que sofrem grande influência do mercado podem ser contrários às políticas e a forma como o Estado é conduzido, mas, não podem negar a exposição global e a influência do Estado brasileiro na atualidade, muito menos negar a força e a inclinação do mercado interno para o fortalecimento do país. Tudo isso reflete diretamente no cotidiano do brasileiro em diversas escalas e em cada uma delas, velhas práticas e modelos de gestão, não se encaixam mais no perfil do brasileiro.

Neste texto não direciono o arco de reflexão a questões ideológicas tão somente, a percepção do novo vem do cotidiano, não é uma necessidade de partidos de esquerda, centro ou de direita, é uma necessidade política do país que vai além das bandeiras pré-definidas, nada do que se propõem hoje é diferente do que se discutiu ao menos nos últimos 20 anos. Reitero a palavra “novo” como afirmação de um contexto de produção teórico e de comportamento, elevando o sentido a compreensões de estrutura social da pratica do fazer, ser e propor. A necessidade de mudar do povo brasileiro não vem da ideia de se construir algo totalmente original ou exclusivo, é preciso perceber as insatisfações ligadas ao cumprimento de regras simples, de comportamento social e educacional. As maiores críticas foram transformadas em votos característicos do discurso ou o que o voto cria de efeito prático no resultado final da eleição, não cabem apontamentos ou analise de cada mandato ou voto neste contexto especificamente, e sim uma reflexão macro sobre a mudança de comportamento da sociedade brasileira em vários âmbitos e aspectos, obviamente, compreendendo as variações regionais e a interferência da grande mídia e o impacto causado pelas mídias alternativas, o poder de influência dessas ferramentas e o quanto a sociedade é influenciada por elas. Uma grande dicotomia assola uma massa descontente e sem poder de analise mais profunda da nova classe média, ao mesmo tempo em que se nega a política se vive dela, desde o custo da energia ao valor do custo do transporte público, são decisões e valores reflexos de conceitos da política acrescentados de conteúdo econômico ou de planejamento governamental, mas, no fim a soma dos tributos, impostos e juros aplicados ao mercado capital ou não, sofrem diretamente influência política interna e externa.  

Este conceito comum sobre a política e quem a pratica no país caiu em descrédito, os partidos políticos que não envelheceram e perderam o diálogo com a sociedade, envelheceram suas lideranças e perderam base social ou nunca existiram de fato dentro de uma estrutura político-partidária que contribua de alguma forma para a vida pública do país, as exceções neste caso também entram no grupo de partidos que vem envelhecendo e precisam se renovar. Por conta disso, o discurso apartidário toma dois sentidos dispare, o primeiro é o afastamento da sociedade e o desinteresse pela vida pública, o segundo é a manobra estratégica de reduzir o papel do partido, transformando figuras e personificando o debate ampliando o papel dos pequenos partidos. Os dois sentidos são maléficos do ponto de vista democrático, não constroem ou melhoram o bem estar social, muito menos contribuem para mudar qualquer ordem política que seja, serve somente para benefício individual de quem replica a ideia ou de um grupo específico que ganha com o enfraquecimento das estruturas partidárias sólidas. Neste sentido, o que seria natural se tornou diferente, e costumes e práticas de cidadania comuns a todos se tornaram feitos e bandeiras políticas, tudo isso na conta do empobrecimento do debate político, da superficialidade dos discursos e da pauta criminal dos jornais quando se referem à política; transformou-se ética, coerência, honestidade em bandeiras políticas. Estrategicamente, orquestrado por grupos econômicos ou não o fato é, temas que deveriam ser naturais e comuns na sociedade acabam ocupando o espaço de grandes debates da nação que deveriam ser prioridade da agenda nacional (reforma tributária, 100% do Pré-Sal para educação, reforma política, maioridade penal, união homoafetiva, etc.).  

No resumo geral é a população que esta ávida por renovação de ideias, programas, propostas novas, e caras novas para os partidos políticos brasileiros, quem tiver condições de alcançar este patamar sai à frente dos outros. Vejo nos dois maiores partidos do país condições estruturais para conquistar este espaço, tanto o PT quanto o PSDB desfrutam de base social e instrumentos internos que podem traçar um caminho sólido, de renovação em âmbito nacional. É claro que existem variações dentro de todo este contexto, a ideia central não é traçar as divergências ou convergências que afluem em qualquer paradoxo e sim concentrar a analise de forma difusa, possibilitando uma analise contínua do ambiente social, econômico e político, de forma ampliada não atendo como regra a realidade geral a partir de nossa própria realidade de vida, limitando assim o campo de visão, não permitindo ver para além dos muros de nosso próprio convívio social. Se buscarmos uma linha clara de diálogo e de interesses consensuais na agenda nacional, poderemos clarear o ambiente e seguir na construção de um país forte, competitivo, moderno e sólido. Importante é todos terem a dimensão de que o Brasil é maior que o nosso individualismo e interesses pessoais.


 Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) os dados referentes

Número de candidatos e prefeitos eleitos por faixa etária
Faixa etária
Candidatos
Eleitos
Até 25 anos
151
(1%)
44
(0,79%)
Entre 26 e 45 anos
5.665 (37,44%)
2.147 (38,95%)
Entre 46 e 65 anos
8.510 (56,25%)
3.061 (55,53%)
Acima de 65 anos
801
(5,29%)
206
(4,71%)
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE ENTRE MENORES

Um tema que atualmente toma conta dos debates políticos e que tem
defensores e opositores é a redução da maioridade penal. Como educador
que deixar uma reflexão sobre o assunto.

Sobre o assunto me posiciono favorável ao tema, pois acredito que a
falta de punições à altura tem contribuído para o aumento da
criminalidade entre menores, mas, e esse é um “MAS” bem maiúsculo,
essa não é nem de longe a principal ou a melhor solução.

Vários estudos comprovam que a falta de interesse das crianças na
escola, a evasão escolar, a falta de condições de frequentar as aulas
e o fraco desempenho favorecem a criança para que entre na criminalidade. Nem vou entrar em outros méritos como a pobreza e a desestruturação familiar.

O que fazer? É necessário, urgentemente, repensar nossas políticas públicas na educação. São necessários novos métodos e novas metodologias para tornar nossas salas de aulas mais atrativas, mais interessantes e mais cativantes. O ensino puro e simples já se mostra ultrapassado diante uma população juvenil mais pensante e crítica.

É preciso criar meios para evitar gastos de bilhões anuais com a criminalidade e suas consequências e aplicar os recursos em novas políticas educacionais.

Somente a título de exemplo em como a educação, não somente a escola, mas a formação como um todo pode contribuir para a diminuição da criminalidade. Sou Diretor de uma instituição que ministra cursos preparatórios para alunos do ensino fundamental e médio para que eles possam tentar o ingresso nas academias militares. As aulas acontecem todos os dias, no contraturno do colégio e aos sábados temos aulas de educação física. É incrível ver como a autoestima deles muda quando vestem a camiseta do curso, quando estão na sala de aula conhecendo as peculiaridades de cada academia militar e ver nos rostos a esperança de que um dia viverão dias melhores. É claro que nosso curso é pago, mas o que quero ressaltar é que temos condições de levar nossos
jovens, através da educação e da formação, a sonhar mais alto do que somente fazer sucesso com um “lek lek lek” (nada contra ou a favor de quem canta ou gosta).

Temos que formar nossos jovens para que a curiosidade deles seja alimentada com aquilo que os levará além.

De outro lado, quando olho da janela da minha sala para a praça do relógio no centro de Taguatinga, vejo dezenas de jovens sem perspectiva e sem sonhos, entregando seu futuro às drogas e à criminalidade.

A educação não é a salvação da lavoura, mas com certeza é um belo início para minorar o crescente problema social que temos vivido.



Prof. Charlie Rangel

Graduado em Administração de Empresas e Teologia

Especialista em Gestão Escolar e Auditoria