sexta-feira, 4 de abril de 2014

Cotas ou Não, é a minha opinião



Discordo completamente do posicionamento do Presidente do STF, o Sr. Joaquim Barbosa...
Calma, isto não é apenas uma crítica vazia, vou expor os meus motivos baseados em noticias, dados, vivência...
Não vou forçar a memória de ninguém, vou exemplificar com acontecimentos recentes:
1) Jovem negro do RJ é confundido com bandido e é detido mesmo sem portar qualquer objeto, que não os próprios pertences. Detalhe, negro e do cabelo ruim!!!
2) Uma mulher negra do RJ é baleada e arrastada por policiais em uma favela porque acharam que ela estava ajudando os traficantes fornecendo café... Mesmo depois de gritos da própria comunidade informando que a vítima era trabalhadora, mãe de 8 filhos (4 biológicos e 4 adotados).
3) A manicure negra de Brasília que foi completamente humilhada no salão onde trabalha por uma cliente branca que não gosta de “gente desta cor”.

Querem mais exemplos?? Então, vou falar agora do que já presenciei... 

1) Tenho uma amiga que é farmacêutica, e é negra. Em um dia de expediente comum, um cliente branco adentra a farmácia e pede para ser atendido pelo farmacêutico, esta se apresenta e recebe como resposta: “Não quero ser atendido por uma negrinha... Vocês cheiram mal!!!”
2) No Park Shopping, duas amigas negras, rastafári, vestidas condizente com sua idade (14 anos) foram constantemente vigiadas com a desculpa de serem arruaceiras ou pior, ladras...

Tudo isso é normal??? Me desculpem, eu não acho!!!

A discrepância da realidade social e econômica entre negros e brancos é o cerne da discussão. A posição ocupada na pirâmide social por grande parte da população negra na atualidade é resultado da instauração e da manutenção de relações sócio-culturais e econômico-financeiras em que se privilegia uma parcela populacional em detrimento de outra.
A instauração do sistema escravocrata no Brasil, durante o período colonial, é certamente o alicerce em que se perpetuam desigualdades socioeconômicas, apoiadas sobre a discriminação de raça e subjulgamento de cultura, que, infelizmente se estende até a atualidade. Sobre este assunto, diz Marco Antônio de Oliveira, escritor do livro “Economia & Trabalho”: “a superação do escravismo não eliminou a heterogeneidade e a exclusão social.”
A variável raça exerce influência na determinação dos rendimentos de um indivíduo e, por conseguinte, em sua situação socioeconômica.
Diante de todos estes argumentos, eu enxergo a marginalização do negro!!
Não sou estudiosa do assunto, mas vivi, e ainda vivo, certas situações que até hoje me envergonham...
Entendam, não sou contra os brancos, e também não acho que a miséria existe apenas para os negros, maaaaaas, infelizmente, a forma de resolver o problema do branco pobre, é diferente da forma do negro pobre. 
 — se sentindo incomodada.

Karine Borghetti