Do moçambicano Mia Couto, um dos mais repercutidos autores africanos da
atualidade, passando por obras do historiador local Maciel Aguiar; até
os contos africanos de Rogério Andrade Barbosa. Essas são algumas das
obras (foto acima) que fazem parte da mais nova biblioteca do Estado,
especializada na história cultura e literatura africana e
afrodescendente. É a Biblioteca Joaquim Beato, do Museu Capixaba do
Negro (Mucane), inaugurada no final de setembro.
Não há mapeamentos ainda sobre a quantidade de bibliotecas
especializadas na história e cultura do povo negro no Estado, mas de
acordo com Adelson Ferreira, bibliotecário do espaço, é possível que
essa seja a primeira do Espírito Santo. Os livros abarcam temáticas como
a mitologia dos orixás, a história do povo negro no Espírito Santo;
ciências políticas; literatura infantil com livros de contos africanos;
artes; religiões de matriz africana, entre diversos outros gêneros. No
total serão mais de 400 títulos que, por enquanto, estão chegando de
pouco a pouco na Biblioteca.
O projeto chega para incrementar o ambiente do Mucane e ser mais um
espaço de pesquisa para o público que frequenta o Museu. "A ideia é que a
biblioteca seja também um espaço de interação com o próprio Museu do
Negro, permitindo que os visitantes frequentem o espaço para realizar
pesquisas e já aproveitem para conferir as atividades, exposições e
ações que estiverem no Museu. Estamos também com trabalhos com escolas,
em que fazemos uma sensibilização acerca da cultura afro, contação de
histórias e exploração pelo Museu", conta Adelson Ferreira.
Com catalogação em processo, a Biblioteca tem, por enquanto, recebido
os livros para classificação e colocação nas estantes. Após essa fase
será criado um espaço na internet para disponibilizar a consulta online
de todos os títulos e autores que compõem o acervo. A partir disso é
que o Mucane irá fazer um levantamento para decidir quais serão as obras
que ficarão disponíveis para empréstimos; e quais serão os critérios
para conseguir levar os livros para a casa. Por enquanto as pessoas
podem ir pesquisar e estudar no espaço, que está numa sala do Mucane, no
Centro de Vitória e a entrada é livre. Aliás, a Biblioteca também está
aberta a doações de livros que se encaixem à temática.
A
proposta não é restringir o acervo só à população negra, mas que todos
os interessados tenham à disposição uma biblioteca com livros temáticos
que gerem maior visibilidade para a importância da cultura dos negros,
além de sua influência no Brasil.
O nome, Biblioteca Joaquim Beato, foi escolhido em votação com intuito
de homenagear alguma personalidade negra do Espírito Santo. Joaquim
Beato (foto à esq.) foi o vencedor dessa iniciativa. Ele nasceu em
Alegre, era professor, filósofo e sociólogo e morreu aos 91 anos, em
julho último. Na inauguração da biblioteca, estiveram presentes
familiares e a mulher do homenageado, Vitória.
Serviço
A Biblioteca Joaquim Beato está aberta à população de terça a
sexta-feira, das 9h às 12h; e das 13h às 17h, na sede do Mucane -
avenida República, 121, Centro de Vitória. A entrada é livre.
http://seculodiario.com.br/25135/17/biblioteca-joaquim-beato-apresenta-acervo-especializado-na-cultura-historia-e-religiao-africana-e-afrodescendente
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