segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Biblioteca Joaquim Beato apresenta acervo especializado na cultura negra

 
Do moçambicano Mia Couto, um dos mais repercutidos autores africanos da atualidade, passando por obras do historiador local Maciel Aguiar; até os contos africanos de Rogério Andrade Barbosa. Essas são algumas das obras (foto acima) que fazem parte da mais nova biblioteca do Estado, especializada na história cultura e literatura africana e afrodescendente. É a Biblioteca Joaquim Beato, do Museu Capixaba do Negro (Mucane), inaugurada no final de setembro. 
 
Não há mapeamentos ainda sobre a quantidade de bibliotecas especializadas na história e cultura do povo negro no Estado, mas de acordo com Adelson Ferreira, bibliotecário do espaço, é possível que essa seja a primeira do Espírito Santo. Os livros abarcam temáticas como a mitologia dos orixás, a história do povo negro no Espírito Santo; ciências políticas; literatura infantil com livros de contos africanos; artes; religiões de matriz africana, entre diversos outros gêneros. No total serão mais de 400 títulos que, por enquanto, estão chegando de pouco a pouco na Biblioteca. 
 
O projeto chega para incrementar o ambiente do Mucane e ser mais um espaço de pesquisa para o público que frequenta o Museu. "A ideia é que a biblioteca seja também um espaço de interação com o próprio Museu do Negro, permitindo que os visitantes frequentem o espaço para realizar pesquisas e já aproveitem para conferir as atividades, exposições e ações que estiverem no Museu. Estamos também com trabalhos com escolas, em que fazemos uma sensibilização acerca da cultura afro, contação de histórias e exploração pelo Museu", conta Adelson Ferreira.
 
Com catalogação em processo, a Biblioteca tem, por enquanto, recebido os livros para classificação e colocação nas estantes. Após essa fase será criado um espaço  na internet para disponibilizar a consulta online de todos os títulos e autores que compõem o acervo. A partir disso é que o Mucane irá fazer um levantamento para decidir quais serão as obras que ficarão disponíveis para empréstimos; e quais serão os critérios para conseguir levar os livros para a casa. Por enquanto as pessoas podem ir pesquisar e estudar no espaço, que está numa sala do Mucane, no Centro de Vitória e a entrada é livre. Aliás, a Biblioteca também está aberta a doações de livros que se encaixem à temática.
 
A proposta não é restringir o acervo só à população negra, mas que todos os interessados tenham à disposição uma biblioteca com livros temáticos que gerem maior visibilidade para a importância da cultura dos negros, além de sua influência no Brasil. 
 
O nome, Biblioteca Joaquim Beato, foi escolhido em votação com intuito de homenagear alguma personalidade negra do Espírito Santo. Joaquim Beato (foto à esq.) foi o vencedor dessa iniciativa. Ele nasceu em Alegre, era professor, filósofo e sociólogo e morreu aos 91 anos, em julho último. Na inauguração da biblioteca, estiveram presentes familiares e a mulher do homenageado, Vitória. 
 
Serviço
 
A Biblioteca Joaquim Beato está aberta à população de terça a sexta-feira, das 9h às 12h; e das 13h às 17h, na sede do Mucane -  avenida República, 121, Centro de Vitória. A entrada é livre.




http://seculodiario.com.br/25135/17/biblioteca-joaquim-beato-apresenta-acervo-especializado-na-cultura-historia-e-religiao-africana-e-afrodescendente

Nenhum comentário:

Postar um comentário