quarta-feira, 28 de junho de 2017

Pequena Grande História do NDD


Cartaxo de Arruda Jr., Memorialista, Diretor do Sindicato MOVA-SE e 
Fátima de Deus, Professora, Secretária-Geral do PT/Brasília.

Quarenta e cinco dias antes do golpe se consumar, foi criado em Brasília o NDD - Núcleo em Defesa da Democracia com o propósito de defender a Democracia em nosso País.  Já antevíamos que as armações política, jurídica e midiática que estavam sendo engendrada no esgoto dos podres poderes da Nação iria desembocar num golpe. Nossa luta inicial era manter a Presidenta Dilma Rousseff no exercício pleno da Presidência da República para o qual foi eleita através do voto livre, direto e soberano de mais de 54 milhões de brasileiros.

Os criadores do NDD só se reuniram duas vezes sob teto, num auditório cedido pelo Partido dos Trabalhadores. A primeira para se conhecerem melhor, era um grupo pequeno que se formou a partir de conclamação na internet e a segunda com número maior onde se discutiu estratégias de atuação, definimos o nome NDD e decidimos que nos encontraríamos toda segunda-feira, antes do por do sol, na boquinha da noite, na Praça dos Três Poderes, na quina do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional. 

As 73 pessoas que assinaram a lista de presença e que desde então se juntam todas as segundas-feiras, já transcorreram-se 360 dias, nesta próxima perfazendo 90 concentrações, sob a despedida do sol, à luz da lua e a chegada estrelas na Praça transformada numa verdadeira Ágora onde trocam ideias e informações, agitam bandeiras, fixam faixas e cartazes, dançam, cantam e denunciam a quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto para todos os transeuntes, turistas que visitam a Praça e os que passam nos carros e ônibus e pedindo aos brados: Fica Dilma, Volta Dilma, Fora Temer e Diretas Já, não necessariamente nesta ordem.  Não nos importa se pertencem ou não a partido político, associação, sindicato, centro comunitário, nem idade, sexo ou nacionalidade, velhos e crianças ou famílias inteiras, basta querer tirar o Temer e resgatar a Democracia e está na Praça para se integrar ao NDD pelo menos naquele momento.

Muitos parlamentares já participaram das vigílias os mais assíduos são Erika Kokay, Paulo Pimenta e Chico Vigilante. O ator Paulo Betti desceu do encontro no gabinete presidencial do Palácio do Planalto e foi a Praça parabenizar e nos levar o abraço e estimulo de Dilma Rousseff. Organizamos com outras entidades um Ato para entrega de flores para Dilma, um café da manhã de despedida no Palácio da Alvorada e levamos nosso abraço fraterno no dia de sua saída do Palácio da Alvorada. Nessa jornada enfrentamos a policia e o seu gás pimenta, fomos insultados por coxinhas, atacados por grupos de toda ordem de neonazifascistoides, racistas, homofóbicos, provocadores e infiltrados.

Com atividades diversificadas (rodas de conversa, vigílias culturais, comemorações de datas importantes), presentes a todos os movimentos pela Democracia, desde pequenas manifestações (panfletagens, entrega de jornais, etc) aos grandes movimentos (Greve Geral, Marcha das Margaridas, Movimentos Sociais, Demarcação das Terras Indígenas, Mulheres Negras), lavamos a entrada do Supremo Tribunal Federal denunciamos todos os traidores do povo brasileiro, assamos e comemos traíras, fizemos culto ecumênico, A persistência e os muitos cabelos prateados (apelidados carinhosamente de inoxidáveis) foram motivo de deboche no Antagonista do pseudo intelectual Maynard que fugiu do Brasil para não pagar multa por calunia, infâmia e difamação feita aos poucos sérios e dignos jornalistas deste País.

Sobrevivemos e resistiremos por cima de pau e pedra nos reunindo e marchando nas ruas e praças, até que a Democracia seja restabelecida, ouvindo gritos de apoio e repúdio, sem perder a alegria, a coragem, sem medo de ser feliz “... Quem sabe faz a hora não espera acontecer...”  Inspirados nas Mães da Praça de Maio (Madres de Plaza de Mayo) mulheres que se reúnem na Praça de Maio, Buenos Aires, para exigirem notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983) e seguindo o que  ensinou Dilma Rousseff: “A luta não tem hora. Não acaba hoje. A luta é para vida inteira.”

É impressionante como nas ultimas semanas os gritos de repudio sumiram.




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