terça-feira, 25 de abril de 2017

Fragilidade do Conselho de Economia Criativa que está sendo criado no DF


 

10 % do FAC fossem destinados ao Conselho de Economia Criativa?

Esta foi a pergunta que fiz para os membros do Fórum de Cultura, via whatsapp (que Levantou a Poeira).

Existe uma pergunta que é cíclica no DF sobre economia criativa a pergunta é Qual o conceito de economia criativa para nós? Bem a pergunta  mãe desta foi, o que é economia criativa? Esta resposta me basta, pois ela responde tudo que precisamos saber sobre os caminhos que as políticas de cultura devem seguir, deixemos os conceitos para a academia e sigamos o campo da materialidade, a cultura deve olhar para os caminhos já percorridos, por outros campos que já estudaram o desenvolvimento e a criação de mercados, esta deve ser a nossa resposta, para as perguntas sobre o que pensamos sobre economia criativa; Tentarei expor minhas Idéias  sobre estes caminhos.  

A economia criativa coloca a cultura no patamar mais elevado das Políticas públicas  que é a Discussão de Desenvolvimento Econômico, esta informação deve ser levada em consideração para as prospecções que devemos fazer, estas prospecções devem conter os seguintes caminhos:

1º Levantamento de informações e dados da Economia Criativa,  

2º Educação para competências criativas

3º Produção, circulação/distribuição, consumo/ fruição de bens e serviços criativos,

4º Articulação e estímulo ao fomento de empreendimentos criativos,

5º Marcos legais (direitos previdenciários

Penso que a mola propulsora destas ações deve serArticulação e estímulo ao fomento de empreendimentoscriativos, por um motivo muito simples, devemos olhar para o empreendedor criativo como sendo uma (micro empresa, MEI, Startup.) quando falamos desta forma a primeira pergunta que vem a nossa mente  é mas não somos tratados desta formaNão, não somos, somos tratados como agentes sociais, que garantem o acesso a cultura, previsto na constituição Brasileira; Mas como devemos ser tratados então? , antes de buscar responder é preciso saber que o tratamento como agentes sociais ( o modelo aplicado nos editais do FAC, deve ser protegido de forma permanente, estamos falando de ampliar direitos e não de retira-los).   Bem, como é ser tratado como empreendedor? Primeiro quero Lembrar  Ronald Coase á teoria da firma é o lucro, este é o primeiro olhar que os bancos e o  estado devem ter sobre nós, devemos saber que temos um negócio, potencialmente viável, este deve ser o olhar sobre nossos CNPJ ,ele deve desencadear uma serie de incentivos e políticas para o desenvolvimento das cadeias produtivas da economia criativa, estes incentivos devem refletir a mesma preocupação que foi demonstrado no Pró-DF que nasceu em 1999 e, desde então, passou por diversas reformulações. Entre os benefícios vigentes estão o financiamento de até 70% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com juros reduzidos e 15 anos de carência; isenções referentes aos impostos sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Predial e Territorial Urbano (IPTU), com redução da base de cálculo de até 100%; concessão de terrenos com descontos de até 95% nos preços dos lotes fornecidos pela Terracap; além de linhas de crédito com juros mais baixos (Programa de Empréstimos da Secretária do Trabalho.

• Capital de Giro: até 36 meses mais carência de até 03 meses;

• Investimento: até 36 meses mais carência de até 12 meses;

• Misto (Giro e Investimento): até 12 meses sem carência para Capital de Giro; até 36 meses, mais carência de até 12  meses para Investimento.

Juros:

• Aproximadamente 0,5 % ao mês (6% ao Ano), sem cobrança de IOF ou de qualquer outra taxa.

 OBS: Nem estamos falando do FCO que é a Galinha dos Ovos de Ouro que tem até cinco anos de carência. Se este olhar buscar compreender nossas necessidades e buscar soluções, para nossos empreendimentos e trabalhadores criativos, isto seria economia criativa, desenvolvimento das cadeias produtivas da economia Criativa.  

Ao falarmos em empréstimos logo vem à mente, como irei pagar empréstimos, se meu negócio é  sazonalA primeirae mais forte consideração é que todas as vezes que se pensou em aplicar este olhar para as cadeias produtivas da economia criativa, foi pensado para as Indústrias criativas e não para nós, mas qual a diferença das indústriascriativas para nós? As Indústrias criativas são os grandes mercados das artes (TVs, Rádios, Publicidade, Grandes Turnês nacionais e Internacionais, Grandes Exposições de Obras de Arte...) sempre que tentaram pensar em nós como empreendedores foi para atender as necessidades da indústria criativas, esta é a resposta  para os problemas que enfrentamos com os bancos, com os financiamentos  reembolsáveis e com as políticas públicas de incentivo ao empreendedor criativo; Mas a grande pergunta é se não somos a Industria criativa somos o que ?  Somos a calda longa desta economia, mas o que é a calda longa de um mercado? Pois bem.. Vamos lá!!  Cauda longa, (long tail) é um termo muito usado no marketing hoje em dia, principalmente no digital, no qual a segmentação dos consumidores é mais fácil de ser feita. Essa teoria demonstra, em linhas gerais, como é possível discriminar os setores de menor popularidade no comércio ou na prestação de serviços.

A grande utilidade de uma informação como essa é analisar o alcance de mercados consumidores ainda pouco explorados, ou que nem mesmo são considerados pelos “campeões” de vendasem nossa realidade as IndústriasCriativas

O conceito de cauda longa

Esse conceito estatístico é representado por um gráfico que demonstra a ocorrência de buscas por determinados termos, produtos ou serviços, já existem ferramentas altamente eficazes que realizam essa medição. No gráficoda calda longa, a curva de demanda por produtos atinge seu auge na cabeça (topo), com maior demanda, enquanto sua cauda alongada representa a menor demanda é valido lembrar que o mercado da calda longa é milionário se  analisados em conjunto (a totalidade da calda longa). Ou seja, a cauda é um mercado em potencial, com muita chance de crescimento.

    Como podemos ver os empreendedores criativos podem movimentar o mercado, gerando emprego e renda, pagando previdência, garantindo para os trabalhadores da economia criativa estabilidade e segurança; Sabemos que nem todos são empreendedores, basta olharmos para os números de CNPJ, CEAC, MEI e o número de artistas que residem no Distrito Federal, iremos encontrar um numero muito maior de artistas do que de pessoa jurídica( PJ), e se detalharmos um pouco mais, ficará ainda mais gritante, a exemplo o número de artistas que conseguem cuidar da estética de seus trabalhos (qualidade artística), e ao mesmo tempo conseguem coordenar suas produções, ou mesmo produzir seus trabalhos e se falarmos sobre quem consegue escrever seus próprios projetos e prestar contas dos recursos captados, ai teremos um Haiti empreendedor.

Mas onde fica a importância do Conselho de Economia Criativa do DF?

Diante do caminho demonstrado acima a primeira pergunta é como um conselho com tantas responsabilidades e sabendo eu, que não consegui apresentar de forma a contento a magnitude deste tema, mas consegui demonstrar a preocupação e urgência do trabalho, pergunto como ele ira ser eficiente com conselheiros não remunerados e sem um centavo, para criar demandas de incentivos, como será possível?  Seráum trabalho Herculano e não quero aqui desqualificar nem diminuir o Conselho de Cultura do DF, mas penso ser preciso investir um pouco do rico, suado, surrado dinheiro do FAC, para garantirmos um futuro melhor para nós, este é o momento; Temos hoje todas as condições para levarmos a Economia Criativa no DF para o patamar mais elevado; O conselho de cultura tem seu valor e suas atribuições já resguardadas, lutamos pela garantia dos recursos, mas ele já esta previsto na Lei; Mas nossos direitos como trabalhadores criativos a CLT da Cultura,não existe; Olho para nossos companheiros os trabalhadores criativos e me lembro da parábola do jovem rico na bíblia, estamos gastando tudo e não estamos nos preocupando com o futuro.  

 

Wellington R. Nascimento

Ator, Diretor e Gestor Cultural

(Preto do Gama).

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