Para que serve, qual papel tem cumprido, qual tem sido sua
função de Estado? Quais os exemplos que traduzem a expectativa da juventude
brasileira em prática de gestão? Quais práticas de gestão apontam para a
melhoria da qualidade de vida do jovem no Brasil? Aonde chegamos define o papel
que deve ser assumido ou é preciso repensar a forma de atuação da estrutura de
Estado que dialogue com a Juventude? Todos estes questionamentos servem inclusive
para a defesa e manutenção dos núcleos de gestão pública que atuam na agenda
social da juventude brasileira, muito do que se propôs nos últimos 14 anos de
organização do Estado brasileiro entorno das pautas de PPJ se definiram à
partir de um perfil de jovem brasileiro que necessitava prioritariamente ser incluído
na sociedade através da inserção profissional ou sua qualificação, ter acesso
ao ensino superior e seus direitos sociais e individuais reconhecidos. Óbvio e
inegável que não vivemos um Estado de Bem Estar Social e pleno emprego, porém,
os passo necessários para a inclusão deste jovem na sociedade como protagonista
de sua trajetória de vida se deu à partir de inúmeras medidas realizadas na
esfera Federal, estadual e municipal e o pouco que foi feito mudou a realidade
de toda uma geração.
Hoje o maior desafio, a escolha do curso que irá fazer ou em
qual Estado fará o curso, em qual faculdade ou universidade, pública ou privada,
escolhas proporcionadas pelo modelo que se atingiu com o Enem e todo o sistema
público de educação integrado nesta metodologia e programa de inclusão, antes,
o maior desafio era se seria possível um dia se fazer faculdade. Uma simples
mudança de comportamento social como essa transforma a realidade da estrutura de
qualquer sociedade e suas concepções de vida! Muito ainda é necessário ser
feito neste sentido, inclusive defender as conquistas destas últimas duas décadas
contra qualquer retrocesso político, mas, também é imperativo atualizar a
agenda compreendendo que as necessidades em termos gerais desta juventude não é
mais, nem de longe, os mesmo anseios e necessidades daquela juventude constituída
a partir da década de 90 e do primeiro milênio de 2000.
Entramos em um novo período, novos códigos de comportamento,
de conduta social, novos modelos de organização e assim novos modelos coletivos
se criam dentro desta ruptura social, avançando para além do paradigma da
inserção social, esta juventude dialoga diretamente com economia colaborativa,
solidária, social, com as diversas tecnologias de comunicação em massa, trocam
experiências pessoais, sociais, profissionais ou acadêmicas em níveis muito
mais profundos do que outrora acontecia em nossa sociedade, toda essa mudança
de comportamento afeta diretamente na percepção do jovem em relação ao Estado e
como ele dialoga com as diversas esferas de poder público. Neste sentido o que
temos hoje de espaços públicos dos poderes constituídos compreende e percebe
esta juventude e dialoga com as necessidades dela?
Fernando Neto
Observatório Urbanos
@fernandonsneto
@urbanosobservatorio
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