segunda-feira, 10 de junho de 2013

OS ENSINAMENTOS DO BRASIL E A CRISE ECONÔMICA GLOBAL.


MONOPOLIZAÇÃO, FINANCEIRIZAÇÃO E DESEMPREGO ESTRUTURAL, CRISES DAS REPRESENTAÇÕES POLÍTICAS e A CRISE AMBIENTAL REVELA A FALÊNCIA DOS MODELOS ECONÔMICOS.


O Brasil mesmo que de longe, observa a manifestação mais drástica e prolongada da“crise de novo tipo do sistema capitalista mundial”. Uma crise estrutural e global, que se manifesta de forma naturalmente desigual, mas que se combina, entrelaçando todo o sistema mundial de produção de mercadorias.

Seus sintomas se apresentaram há algumas décadas e da periferia mundial, desenvolveu-se em direção ao centro do capitalismo mundial. Suas causas principais localizam-se no prolongado processo de acumulação de capital combinado com a elevação progressiva da potência científica e tecnológica dos meios de produção multiplicada, sobretudo após a revolução científica e tecnológica que se expressou na explosão da informática, da química fina, da robótica e etc.


Uma parcela cada vez maior do capital acumulado foi se deslocando para a especulação financeira, convertendo-se em capital fictício, já que não poderia ser reinvestida diretamente no sistema produtivo, sob pena de levar ao colapso o sistema de produção de mercadorias. Assim, duas marcas preponderantes do capital monopolizado e financeirizado – a financeirização e o desemprego– nunca foram bolhas ou desequilíbrio conjuntural. Então, desde meados da década de 1970, transformaram-se em elementos estruturais de uma crise potencial de superprodução permanente e de exclusão continuada da força de trabalho humano do processo de produção. Vários (episódios) prenunciaram uma “débâcle” acentuada da economia mundial, entre as quais o altíssimo nível de desemprego nos países desenvolvidos, os crescentes déficits orçamentários, a crise das “pontocom”, as crises da Rússia, México, Argentina e Tigres asiáticos, dentre tantos exemplos.


***(DÉBÂCLE termo econômico) s.f. Palavra francesa. Mudança brusca que acarreta desordem ou ruína financeira.

/ Derrota; desastre, ruína, ruptura dos gelos; mau resultado, derrocada, ruína, colapso, falência.***


Cada nova tentativa das classes dominantes demandou enormes esforços, desgastes políticos, queimas fabulosas de capital, alcançando somente alívios efêmeros, aos quais se seguiram o retorno dos sintomas e de um quadro geral ainda mais agravado. Os custos humanos ambientais e econômicos foram elevadíssimos e não é difícil prever que o metabolismo do monstro em agonia consumirá ainda mais sacrifícios na tentativa de recuperar-se. Entretanto, parece que com a eclosão da crise mundial inaugurada em 2008, com a quebra do Banco Lemann Brothers, chegamos ao tempo em que a crise pode assumir a forma da existência do próprio capital. Suas manifestações se alternam em ciclos cada vez mais fugazes se confundindo numa relação de essência e aparência.


Vale lembrar que o Brasil nadou contra essa maré, o modelo econômico adotado pelos governos Lula e Dilma conseguiu muito mais do que sobreviver em meio à crise. Com Lula e Dilma, conseguimos ensinar ao mundo o que fazer e como fazer para prosperar em meio a tais dificuldades, ou seja, enquanto o mundo quebra, o Brasil gera emprego e renda, estimula o consumo interno e hoje caminha para o fim da extrema pobreza.


Taxa de desemprego em alguns países: Espanha 25%, França 10%, E.U.A 8,2% e Brasil 4,4%. A crise ambiental é o maior impasse do capitalismo em sua atual crise econômica global. A escassez de energia, água potável, terras cultiváveis e todo tipo de recursos naturais renováveis se soma às mudanças climáticas e aos impactos imprevisíveis da acelerada extinção de grande número de animais e de vegetais responsáveis pela manutenção de elos preciosos da cadeia alimentar.

Diante de um quadro tão grave, os governantes dos países reunidos na COP 15 se declararam incapazes de constituir um fundo com irrisórios 100 bilhões de dólares para combater os efeitos mais emergentes das catastróficas mudanças climáticas previstas pelo IPCC (Painel Intergovernamental do Clima). O Brasil mais uma vez acerta em sua posição de cobrar a fatura dos países mais ricos, já que os mesmos são os que mais poluem e fazem isso por muito tempo.

Ao redor do mundo, grandes empresas alardeiam políticas de sustentabilidade, ocultando que, em última instância, a incontornável necessidade de expansão permanente da produção e consumo de mercadorias reduz seu discurso ambientalista à mera propaganda.

A depredação do meio ambiente também reflete a divisão internacional do trabalho, com a exportação para o terceiro mundo das indústrias intensivas em consumo energético e de materiais, bem como emissoras de grandes volumes de poluentes. Esse processo possibilita uma compatibilização da agenda ambiental com a dinâmica do desenvolvimento do capitalismo nos países centrais, cujo crescimento econômico é cada vez mais alicerçado na tecnologia da informação, nos serviços financeiros e na pesquisa científica, com a consequente desmaterialização da produção. Aos países periféricos ou emergentes cabe a produção industrial pesada e altamente poluente. Essa dinâmica revela a total incompatibilidade entre qualquer agenda ambiental séria e o ciclo de desenvolvimento nos países periféricos.

Diferentemente e distante dessa dinâmica, o Brasil se torna a grande pérola mundial, com a grande concentração de águas e riquezas naturais, o que cabe a nós, é simplesmente defender essas grandes riquezas e cobrar do mundo soluções para a defesa da vida e do meio ambiente em todo mundo.


Outro grave elemento da“crise estrutural de novo tipo do sistema capitalista” é a erosão da credibilidade e da legitimidade social das instituições de representação política e organização da vida comunitária que compõem o Estado moderno. Nas últimas décadas, governos aumentaram crescentemente e regressivamente a arrecadação de impostos para cumprir seus compromissos com os grandes capitalistas, enquanto buscaram todas as formas possíveis para se desonerar dos compromissos com a maioria da população. Os países (principalmente da Europa) assumem cada vez mais o seu papel de sustentáculo, inclusive financeiro, das grandes corporações.

Por outro lado, o fato de desfazerem-se dos compromissos sociais afasta a maioria da população dos compromissos com esses Estados, caminho oposto ao adotado por nossa nação, que nos últimos 10 anos, colocam com eficácia políticas de desenvolvimentos sociais e, com isso, as ótimas avaliações dos governos Lula e Dilma, que alcançaram recordes de prestigio popular.


Por outro lado, está aí à causa das crescentes abstenções nos processos eleitorais nos resto do mundo e a razão do desprestígio cada vez maior dos representantes políticos junto aos representados e sua sociedade.

Com isso, a Política Externa Brasileira adotada por Lula e Dilma é, sem dúvida alguma, uma das manifestações mais fraternas e solidaria para com a humanidade. Além de seguir construindo a harmonia na América Latina e Caribe, ela segue também, ajudando na materialização da integração Latino Americana. O apoio a Maduro nas eleições da Venezuela, só reforça ainda mais que o Brasil tem lado e um programa ideológico bem definido.

Além disso, a vinda da Copa do Mundo, das Olimpíadas, além de hoje termos um Brasileiro à frente da OMC, a cadeira (que quase esta vindo) no comitê de segurança da ONU, as premiações de Lula mundo a fora (inclusive a sua coluna no New York Times), entre tantos outros elementos, só mostram a importância e o papel protagonista do Brasil para o mundo.


Pedro de Deus Del Castro é assessor da Secretaria de Estado de Governo do DF (SEGOV-DF) e assessor do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do DF (CDES-DF)

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