"O nome de Padilha é apoiado principalmente pela militância ávida
por renovação de ideias, programas, propostas novas, de uma cara nova para o
PT..." (Blog do Zé Dirceu) neste caso, o Ministro da Saúde Alexandre
Padilha simboliza e simplifica um momento político brasileiro que exige do
Estado Político uma reflexão e compreensão do que se configura a palavra de
ordem do início deste novo século, “renovação”, como Fernando Haddad (PT) em
São Paulo, Eduardo Leite (PSDB) em Pelotas – RS, entre vários outros em todo
Brasil. É esperado e ansiado por grande parte da
população um novo ambiente político, com ideias e comportamentos condizentes
com o Brasil que queremos, ficou nítido nestas últimas eleições municipais o
recado das urnas e é necessário analisarmos as vitórias e derrotas como reflexo
de uma aspiração social comparativa à evolução e o crescimento sócio econômico,
sócio cultural e os indicadores sociais referentes a gênero e idade da
população brasileira. Vivemos em um novo momento político e econômico e é
necessário que todos avaliem assim, concordando com a aplicabilidade do projeto
nacional ou não. Grupos mais conservadores ou que sofrem grande influência do
mercado podem ser contrários às políticas e a forma como o Estado é conduzido,
mas, não podem negar a exposição global e a influência do Estado brasileiro na
atualidade, muito menos negar a força e a inclinação do mercado interno para o
fortalecimento do país. Tudo isso reflete diretamente no cotidiano do
brasileiro em diversas escalas e em cada uma delas, velhas práticas e modelos
de gestão, não se encaixam mais no perfil do brasileiro.
Neste texto não direciono o arco de reflexão a
questões ideológicas tão somente, a percepção do novo vem do cotidiano, não é
uma necessidade de partidos de esquerda, centro ou de direita, é uma
necessidade política do país que vai além das bandeiras pré-definidas, nada do
que se propõem hoje é diferente do que se discutiu ao menos nos últimos 20
anos. Reitero a palavra “novo” como afirmação de um contexto de produção
teórico e de comportamento, elevando o sentido a compreensões de estrutura
social da pratica do fazer, ser e propor. A necessidade de mudar do povo
brasileiro não vem da ideia de se construir algo totalmente original ou
exclusivo, é preciso perceber as insatisfações ligadas ao cumprimento de regras
simples, de comportamento social e educacional. As maiores críticas foram
transformadas em votos característicos do discurso ou o que o voto cria de
efeito prático no resultado final da eleição, não cabem apontamentos ou analise
de cada mandato ou voto neste contexto especificamente, e sim uma reflexão
macro sobre a mudança de comportamento da sociedade brasileira em vários âmbitos e aspectos, obviamente, compreendendo as variações regionais e a
interferência da grande mídia e o impacto causado pelas mídias alternativas, o
poder de influência dessas ferramentas e o quanto a sociedade é influenciada
por elas. Uma grande dicotomia assola uma massa descontente e sem poder de
analise mais profunda da nova classe média, ao mesmo tempo em que se nega a
política se vive dela, desde o custo da energia ao valor do custo do transporte
público, são decisões e valores reflexos de conceitos da política acrescentados
de conteúdo econômico ou de planejamento governamental, mas, no fim a soma dos
tributos, impostos e juros aplicados ao mercado capital ou não, sofrem
diretamente influência política interna e externa.
Este conceito comum sobre a política e quem a
pratica no país caiu em descrédito, os partidos políticos que não envelheceram
e perderam o diálogo com a sociedade, envelheceram suas lideranças e perderam
base social ou nunca existiram de fato dentro de uma estrutura político-partidária
que contribua de alguma forma para a vida pública do país, as exceções neste
caso também entram no grupo de partidos que vem envelhecendo e precisam se
renovar. Por conta disso, o discurso apartidário toma dois sentidos dispare, o
primeiro é o afastamento da sociedade e o desinteresse pela vida pública, o
segundo é a manobra estratégica de reduzir o papel do partido, transformando figuras
e personificando o debate ampliando o papel dos pequenos partidos. Os dois
sentidos são maléficos do ponto de vista democrático, não constroem ou melhoram
o bem estar social, muito menos contribuem para mudar qualquer ordem política
que seja, serve somente para benefício individual de quem replica a ideia ou de
um grupo específico que ganha com o enfraquecimento das estruturas partidárias
sólidas. Neste sentido, o que seria natural se tornou diferente, e costumes e
práticas de cidadania comuns a todos se tornaram feitos e bandeiras políticas,
tudo isso na conta do empobrecimento do debate político, da superficialidade
dos discursos e da pauta criminal dos jornais quando se referem à política;
transformou-se ética, coerência, honestidade em bandeiras políticas.
Estrategicamente, orquestrado por grupos econômicos ou não o fato é, temas que
deveriam ser naturais e comuns na sociedade acabam ocupando o espaço de grandes
debates da nação que deveriam ser prioridade da agenda nacional (reforma
tributária, 100% do Pré-Sal para educação, reforma política, maioridade penal,
união homoafetiva, etc.).
No resumo geral é a população que esta ávida por renovação de ideias,
programas, propostas novas, e caras novas para os partidos políticos
brasileiros, quem tiver condições de alcançar este patamar sai à frente dos
outros. Vejo nos dois maiores partidos do país condições estruturais para
conquistar este espaço, tanto o PT quanto o PSDB desfrutam de base social e
instrumentos internos que podem traçar um caminho sólido, de renovação em âmbito
nacional. É claro que existem variações dentro de todo este contexto, a ideia
central não é traçar as divergências ou convergências que afluem em qualquer
paradoxo e sim concentrar a analise de forma difusa, possibilitando uma analise
contínua do ambiente social, econômico e político, de forma ampliada não atendo como regra a realidade geral a partir de nossa
própria realidade de vida, limitando assim o campo de visão, não permitindo ver
para além dos muros de nosso próprio convívio social. Se buscarmos uma
linha clara de diálogo e de interesses consensuais na agenda nacional, poderemos
clarear o ambiente e seguir na construção de um país forte, competitivo,
moderno e sólido. Importante é todos terem a dimensão de que o Brasil é maior que o nosso individualismo e interesses
pessoais.
Segundo
o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) os dados referentes
Número de
candidatos e prefeitos eleitos por faixa etária
|
||
Faixa etária
|
Candidatos
|
Eleitos
|
Até 25 anos
|
151
(1%) |
44
(0,79%) |
Entre 26 e 45 anos
|
5.665 (37,44%)
|
2.147 (38,95%)
|
Entre 46 e 65 anos
|
8.510 (56,25%)
|
3.061 (55,53%)
|
Acima de 65 anos
|
801
(5,29%) |
206
(4,71%) |
Fonte:
Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
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