terça-feira, 2 de outubro de 2012

Carta para os Josés Dirceu e Genoino e para Delúbio.

Os reis deixaram aqui suas coroas e cetros;
os heróis, suas armas. Mas os grandes espíritos,
cuja glória estava neles e não em coisas externas,
levaram com eles sua grandeza.
(Arthur Schopenheuer)

Antes de mais nada, meu nome é Pedro, tenho 28 anos e fui do Diretório Nacional do PSOL, em Brasília onde resido, fui vice-presidente, fundador e secretário executivo sindical desse partido. E resolvi começar esse texto assim, para tentar mostrar como era muito mais fácil me calar, deixando que esse circo de horrores montado no STF venha fazer uma inquisição aos que tem grande espírito, para simplesmente igual a esses juízes, acumular politicamente com a mentira sombria dos falsos paladinos da moral, como os reis da ética.

Nunca fui rei e contra eles sempre me insurgir. Por isso dentro de uma irresistível e indescritível imposição moral, registro mais um ponto de minha andança política, que não é linha reta, mas linha coerente. Deixando aqui o meu desalento com a situação desse Tribunal, hoje pautado por holofotes conservadores dos que se acham reis do Brasil.

Olhem “nobres” juízes, esse serviço que hoje vocês se prestam, causará efeitos nocivos a nossa nação, nem a TFP foi tão eficaz, pois pelo menos ela teve que engolir goela abaixo, um presidente operário e uma mulher revolucionária que levaram o Brasil a ser a sexta economia do mundo no horizontes de políticas sociais profundas.
"Senhores" juízes, saibam que a tese de que fato consumado é fato absolutamente irreversível caiu faz muito tempo. Caiu na Revolução Francesa! Pobres dos que se iludem achando que iludem a vida. Como bem disse o poetinha, a vida é pra valer!

Hoje, não me assusto mais ao ver a covardia transformada em teoria e prática, faz pouco tempo que a Veja foi descoberta colocando um espião-trapalhão numa ação Murdochiana, só as mentiras que tentam emplacar em sua revista já não basta. E o PSDB, que troca a convicção política pelo princípio da conspiração sorrateira, já que o mesmo, não têm projeto e seus aliados caem de podre. Agora o STF.

É desta gruta que brota a voz do desespero! O STF não quer julgar, o STF quer proibir Zé Dirceu, Delúbio e Genoino de fazerem política. Em outra frente, usar as grandes mídias para uma propaganda conservadora e, assim, promover os moribundos partidos derrotados pelo PT nos últimos anos.

Que estupidez é essa da Globo fazer do julgamento da AP 470 um Big Brother? Por que justamente a agenda cai nas eleições municipais? E por que a corte gosta tanto de aparecer para os veículos de comunicação? Em resposta para tais perguntas, é que escrevo, pois se a minha revolta contra esse golpe não vale, valerá o silêncio. E a política que não encarou o debate aberto pulará a cerca. Quem viver verá!

Por fim, termino dizendo que o Brasil e a Democracia devem muito para Zé Dirceu, Delúbio e Genoino. Eles quando jovens, sonharam com a dimensão dos astros, um na selva onde seu cobertor eram as estrelas e a lua, o outro, sobre a imensa energia sem fim dos jovens, que sem medo montam nos cometas, brilham como o sol e amam nas nuvens e o outro na simplicidade das cadeiras duras dos sindicatos, que com o megafone na mão, conseguiu tocar o coração das massas. Hoje, os três são homens que acreditam no que faz e como guerreiros pagam pra ver, sem pedir licença, porque não precisam e porque estão certos. “... Mas os grandes espíritos, cuja glória estava neles e não em coisas externas, levaram com eles sua grandeza...”.




Pedro Del Castro
02/10/2012

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